Exposição a telas pode prejudicar atividades motoras, causar hiperatividade e ansiedade

Escrito por
Rayana Cafe producaodiario@svm.com.br
Rayana Cafe é pediatra e membra da sociedade brasileira de pediatria
Legenda: Rayana Cafe é pediatra e membra da sociedade brasileira de pediatria
Nos dias atuais, estamos completamente envolvidos com o mundo digital. Usamos nossos smartphones, tanto para coisas pessoais como profissionais, além de computadores, tablets e televisão que estão inseridos na nossa rotina. É tão natural para nós, que alguns tendem a pensar que não há problema em expor às crianças precocemente. Bom, não é bem assim.
 
Imagina um bebê, tantas coisas para viver e aprender sobre o mundo e o colocamos na frente das telas. As crianças conhecem o mundo e se desenvolvem através dos 5 sentidos.
 
As telas estimulam apenas visão e audição, e, ainda assim, com sons e cores não naturais. Além disso, como esse bebê vai aprender a se comunicar, se socializar, quando assistindo ele é apenas um agente passivo de comunicação? Como ele vai ter atenção e foco em outras atividades sem tantos estímulos visuais e sonoros? Como ele vai desenvolver a criatividade? O interesse pela leitura? A curiosidade? Como ele vai utilizar os neurônios espelhos, aqueles que guiam o aprendizado por imitação? O que ele vai imitar?
 
As telas tiram nossas crianças do mundo real. Quanto mais precoce a exposição, mais prejudicial ela é.
 
A exposição exagerada está relacionada a atraso de fala, déficit de atenção e hiperatividade, risco maior de alterações visuais, como miopia, problemas posturais, distúrbios do sono, transtornos de ansiedade e depressão, e alterações comportamentais.
 
Além disso, há também os prejuízos relacionados ao que a criança deixa de fazer e viver pelo tempo que passa nas telas, como a falta de atividade física, maior risco de obesidade, prejuízo nas habilidades motoras, prejuízo na socialização, entre outros.
 
Portanto, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda evitar a exposição às telas até os 2 anos de idade, até mesmo de forma passiva. Dos 2 aos 5 anos, limitar o uso até 1 hora/dia, e dos 6 aos 10 anos, até 2 horas/dia, sempre sob supervisão dos responsáveis. Para os adolescentes, de 11 a 18 anos, a recomendação é de até 3 horas/dia.
 
Mas o que fazer para entreter essas crianças? O que você fazia quando era criança? O que os seus pais faziam?
 
É bom direcionar algumas atividades para tirar as crianças da “necessidade” das telas, como brincar de massinha, bonecos, carros, pintura, cortar e colar, ler livros, brincar na areia, brincar de esconder, correr, passear na praça, andar de bicicleta, praticar um esporte. Mas também é muito importante deixar as crianças brincarem sozinhas e dar oportunidade para que elas criem as próprias brincadeiras.
 
Vocês vão se surpreender com a capacidade criativa dos pequenos quando damos a eles a oportunidade!
 
Rayana Cafe é pediatra e membra da sociedade brasileira de pediatria
 
 
 
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