Riscos ligados à pandemia podem implicar retomada ainda mais gradual, aponta ata do Copom

De acordo com o Copom, pressões desinflacionárias devem ter duração maior

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Imagem
Legenda: Evolução da pandemia de covid-19 no Brasil pode levar a uma recuperação "ainda mais gradual" da economia doméstica, diz Copom
Foto: Agência Brasil

Ao decidir pela manutenção da Selic (a taxa básica de juros) em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou que a imprevisibilidade e os riscos associados à evolução da pandemia de covid-19 no Brasil podem levar a uma recuperação "ainda mais gradual" da economia doméstica. Com isso as pressões desinflacionárias devem ter duração maior.

Apesar dos dados recentes mostrarem uma recuperação parcial da atividade econômica, o documento repete que vários segmentos do setor de serviços permanecem bastante deprimidos.

Recomposição de Renda
"Os programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento", avaliou o Copom. 

"Prospectivamente, a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e à necessária redução nos auxílios emergenciais a partir do final desse ano aumentam a incerteza sobre a velocidade de retomada da atividade econômica", completou a ata.

Para o BC, a pandemia de covid-19 deve continuar a ter efeitos heterogêneos sobre os diversos segmentos econômicos, com o setor de serviços mantendo uma ociosidade maior que os demais.

"O Comitê concluiu que a natureza da crise provavelmente implica que pressões desinflacionárias provenientes da redução de demanda podem ter duração maior do que em recessões anteriores", completou o BC.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.