Reajuste dos planos de saúde é o maior em 10 anos, afirma Idec

O Idec sugere que o limite máximo do reajuste seja indexado à inflação, que foi de 8,17% no período entre maio de 2014 e abril de 2015

Escrito por Redação ,

Anunciado no início deste mês pelo governo federal, o reajuste de até 13,55% nos preços dos planos de saúde do País é o mais alto em dez anos, segundo estudo realizado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Segundo a entidade, o aumento realizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) atinge 9,9 milhões de usuários e leva em conta valores de parte do mercado não regulada pela Agência. 

O Idec sugere que o limite máximo do reajuste seja indexado à inflação, que foi de 8,17% no período entre maio de 2014 e abril de 2015. A justificativa da agência para o aumento, que o Idec considera abusivo, se baseia nos custos do setor, como o investimento em novas tecnologias, e na média dos reajustes dos planos coletivos, que são livremente estipulados pelas operadoras. A entidade encaminhou uma carta à Presidência e a outras autoridades no último dia 10, criticando o valor e exigindo imediata revisão dos índices de aumento.
 
“Na prática, ao incluir no cálculo a média de aumento dos planos coletivos, que não é regulado, a ANS permite às operadoras que determinem os reajustes aos planos individuais e familiares. Ao negligenciar seu papel de órgão regulador, a agência prejudica o consumidor, que terá cada vez mais dificuldades em se manter em um plano de saúde”, afirma a advogada e pesquisadora do Idec, Joana Cruz.
 
Entre maio de 2013 e abril de 2014, o Idec analisou os reajustes aplicados por 535 operadoras aos contratos coletivos de até 30 vidas e já identificava aumentos absurdos, chegando a inacreditáveis 73% no caso de uma operadora, e tendo como média 11%, quase o dobro da inflação registrada no período. 
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