Endividamento em Fortaleza recua 4,2%

Resultado indica alívio na situação do endividamento, reforçado pela queda de 1,2% da taxa de consumidores com dívidas em atraso

Escrito por Redação ,

O número de consumidores endividados na capital caiu 4,2% em março, conforme a Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada hoje pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Conforme os dados, a taxa de endividamento caiu de 73%, em fevereiro, para 68,8% neste mês.

Os números indicam um alívio na situação do endividamento, o que foi reforçado pela queda de 1,2% da taxa de consumidores com dívidas em atraso. O indicador caiu de 22,2%, em fevereiro, para 21% em março. 

Segundo o levantamento, os problemas financeiros afetam mais as mulheres (24,1%), os consumidores do grupo com idade entre 18 e 24 anos (22,3%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (22,7%).

O tempo médio de atraso é de 55 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, citado por 55,9% dos consumidores. O segundo motivo mais mencionado é o adiamento, por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 32%, seguido da contestação da dívida (10,8%).

Comprometimento de Renda

Entre os consumidores que possuem algum tipo de dívida, os instrumentos de crédito mais utilizados são, principalmente, cartões de crédito, citados por 80,7% dos entrevistados, seguido por financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 16,7%; empréstimos pessoais, com 7,2%; e os carnês e crediários (5,7%).

Os principais itens comprados pelo consumidor com crédito foram: itens de alimentação (47,9%), artigos de vestuário (28,6%), eletromésticos (18%) e despesas de educação (17,7%). O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.376 e prazo médio de oito meses, comprometendo 37,3% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento. 

Inadimplência potencial

A proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, chamada taxa de inadimplência potencial, teve aumento de 0,7%, passando de 8,6%, em fevereiro, para 9,3%, neste mês.

Contribuem para esse cenário a manutenção de um percentual elevado da renda comprometida com o pagamento de dívidas e o aumento do custo de vida. O perfil do consumidor inadimplente é, em maior parte, do sexo feminino (10,2%), com idade entre 25 e 34 anos (10,4%) e com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (10,1%).

Orçamento familiar

A pesquisa também revela que 79,6% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Outros 12% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 8,5% dos entrevistados informaram não possuir orçamento, nem controle dos gastos.

Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para o problema da inadimplência, listam-se: a falta de orçamento e controle dos gastos, com 32,7%; as compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 29,8%; o aumento dos gastos considerados essenciais, com 28,5%; gastos imprevistos, com 16,8%; compras antecipadas, com 14,3%; e desemprego, com 8,8%.

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