ANP cobra transparência da Petrobras na formação de preço de combustíveis

Agência foi criticada por acenar com novas regras para a divulgação dos preços dos combustíveis que poderiam colocar em risco estratégias comerciais da Petrobras

Escrito por Estadão Conteúdo ,

As novas regras para dar transparência aos ajustes de combustíveis que estão sendo elaboradas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vão obrigar as empresas a informar qual a referência internacional que utilizam para fazer os ajustes e o custo que têm com a internação dos produtos no Brasil, explicou o diretor-geral da ANP, Décio Oddone.

A agência foi criticada por acenar com novas regras para a divulgação dos preços dos combustíveis que poderiam colocar em risco estratégias comerciais da Petrobras, por ter que revelar dados estratégicos. "Algumas das prerrogativas que ela (Petrobras) tinha como braço estatal deixam de estar presentes e aumenta a necessidade de haver regulação. Uma empresa que age para maximizar legitimamente seu lucro, e sou favorável a isso, não deve ser monopolista no refino, não deve ter concentração excessiva em nenhum mercado - e ela tem no gás natural -, e tem que ser mais transparente na formação de preço, enquanto a competição não vem", afirmou o diretor.

Queda na importação de diesel

O diretor Décio Oddone informou ainda que a importação de diesel caiu no País por conta da greve dos caminhoneiros, que levou o governo a subsidiar o diesel para os importadores, entre eles a Petrobras.

Ele não soube informar o volume, mas observou que não haverá problema de abastecimento do combustível no País, porque a Petrobras aumentou a carga de suas refinarias. Ele não quis comentar, no entanto, o impacto que a saída de operação da maior unidade da empresa, a Refinaria de Paulínia, terá no mercado.

Uma unidade da refinaria da estatal, localizada no Estado de São Paulo, explodiu esta semana e ainda não tem prazo para voltar ao mercado. Empregados da empresa ligados aos sindicatos informaram ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que levaria pelo menos 60 dias, mas a empresa não confirma o prazo, que ainda está sendo avaliado. A previsão, porém, ficaria abaixo desse tempo, segundo uma fonte próxima ao assunto.

 

Oddone afirmou que a subvenção ao preço do diesel é temporária e que provavelmente o mercado deve se normalizar após seu término. "A subvenção é só até o final do ano, em um primeiro momento é normal reduzir a importação", avaliou.

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