Mais que futebol: o que está em jogo no dia mais importante dos últimos 8 anos de Ceará e Fortaleza
Futebol estadual quer chegar ao 9º ano seguido na Série A, o que representa ganhos para uma cadeia que movimenta milhões
Quando o Ceará entrar em campo contra o Palmeiras, e o Fortaleza pisar o gramado contra o Botafogo, com ambas as partidas iniciando às 16h deste domingo (7), não estarão em jogo apenas os objetivos futebolísticos do Vovô ou Leão na Série A (veja tudo sobre as partidas abaixo), mas de todo um Estado e uma cadeia do futebol que tem movimentado a economia, a cultura, o turismo e o comportamento de milhões de pessoas nos últimos 8 anos, entre cidadãos cearenses, turistas e profissionais do esporte.
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Pela primeira vez em 8 anos seguidos de participações na Série A do Brasileiro (2017-2025), existe algum risco que após a última rodada de uma edição do campeonato nacional, o Estado não tenha participantes na edição seguinte da elite do futebol brasileiro. Mas isso é apenas o pior dos cenários. Fato é que também é grande a chance de que pelo menos um dos times, Vovô ou Leão, consiga escapar do rebaixamento. Ou até mesmo as duas equipes juntas, o melhor cenário (veja as combinações de resultados para isto acontecer).
Caso um dos times ou ambos consigam ficar fora da zona de rebaixamento ao fim da rodada, o futebol cearense chegará ao 9º ano consecutivo de participações na Série A, quase uma década, com o ciclo tendo iniciado com o Ceará em 2017. A partir de 2018, foi a vez do Fortaleza chegar à competição para não mais sair, cravando a maior sequência na primeira divisão de uma equipe nordestina (sete).
Participação na Série A movimenta R$ 427 milhões
Um levantamento feito no início do ano pela Secretaria de Turismo do Estado (Setor), a pedido do Diário do Nordeste, apontou que o território cearense pode ter tido uma injeção de mais de R$ 400 milhões na economia somente com os jogos do Alvinegro e do Tricolor na Série A do Campeonato Brasileiro.
Com Ceará e Fortaleza na primeira divisão, são, pelo menos, 36 jogos (retirando os dois clássicos) com as principais torcidas do País jogando duas vezes em solo cearense, como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, entre outras equipes.
Além da injeção direta na economia, Ceará e Fortaleza, com a participação na Série A, se tornaram máquinas importantes, que movimentam não apenas o evento esportivo (dia do jogo) com bilheteria, venda em bares, comércio ambulante e prestadores de serviço, mas uma cadeia paralela que se mantém independente das partidas. Daí estão fabricantes de materiais esportivos, lojas oficiais dos clubes, planos de associados em parcerias com restaurantes, hotéis, escolas e até farmácias.
Ceará e Fortaleza com receitas de quase R$ 600 milhões
Com as participações na Série A em 2025, Ceará e Fortaleza publicaram projeções orçamentárias recordes neste ano. O Tricolor estimou arrecadar R$ 387 milhões, equanto o Vovô R$ 202 milhões, totalizando R$ 589 milhões. Valores que podem ser reduzidos em mais de 50% em caso de um rebaixamento para a segunda divisão do futebol Brasileiro, que tem receita estimada em apenas 10% dos valores envolvidos em uma Série A.
Uma paixão que existe do torcedor e que não se apagará, mas inquestionavelmente tem sido impulsionada com a participação das equipes na primeira divisão do futebol brasileiro.