Ocupação de voos e valor de bilhetes devem atrair aéreas ao Cariri

Empresários da região preparam estudo no qual vão apontar vantagens para que companhias ocupem o espaço deixado pela Avianca no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, em Juazeiro do Norte

Escrito por Bruno Cabral , bruno.cabral@diariodonordeste.com.br
Legenda: Antes dos cancelamentos, Aeroporto contava com 35 voos semanais

A média de ocupação dos voos e o preço do bilhetes vendidos saindo do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, em Juazeiro do Norte, devem ser os principais atrativos para que outras companhias ocupem o espaço deixado pela Avianca no terminal. A indicação surgiu após reunião de um grupo de empresários e o poder público local, realizada na manhã de ontem (20), na tentativa de solucionar a falta de voos após a companhia anunciar uma série de cancelamentos.

Segundo Michel Araújo, secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Juazeiro do Norte, a ideia é apresentar às outras companhias aéreas um documento mostrando a viabilidade econômica da operação no terminal do Cariri e as oportunidades de investimentos na região.

"Embora a Avianca tenha 17% de participação de mercado no Brasil, em Juazeiro a companhia responde por 65% de participação. E o nosso aeroporto é também o nosso porto", aponta Roberto Celestino, engenheiro mecânico aeronáutico e empresário da região, que também participou da reunião. "Então, vamos mostrar para as companhias que há uma grande oportunidade de investimento, já que a área de influência do aeroporto de Juazeiro atende a uma área que compreende 127 municípios do Nordeste".

De acordo com Roberto Celestino, os 35 voos semanais operados a partir do terminal do Cariri têm uma ocupação média superior a 80%. "É uma ocupação excelente, com boa tarifação, e as passagens não são baratas", reforça. Com a saída da Avianca, Celestino avalia que a prioridade é substituir as frequências para Fortaleza e Brasília. "Temos esperança de que a Latam ou a Gol façam esses voos".

Relações futuras

Sobre a futura administradora do Aeroporto de Juazeiro, a estatal espanhola Aena Desarollo Internacional, que arrematou o terminal cearense juntamente com outros cinco aeroportos do bloco Nordeste, Celestino acredita que haverá mais ligações com o Aeroporto de Recife (principal terminal do bloco) por meio da Azul, que opera um centro de conexões na capital pernambucana.

"No bloco do Nordeste, apenas três dos aeroportos operados pela Infraero apresentam lucro, o de Recife, o de Maceió e o de Juazeiro do Norte. E quando ela (Aena) chegar ao Brasil, vamos mostrar que Juazeiro tem capacidade para receber investimentos e dar retornos satisfatórios", ressalta.

Agenda

"Vamos tentar, já no início de maio, a partir do dia 2, mostrar o potencial turístico e econômico da região", estima o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Juazeiro do Norte, após reunião com empresários e outros secretários municipais, na manhã de sábado (20), para tratar da estratégia para captar novos voos.

"Vamos buscar a Azul, Gol e Latam, o mais breve possível. Mas temos que buscar também o Governo do Estado e o Governo Federal para conseguir essas aprovações".

A partir do dia 25 de abril, a Avianca, que responde por cerca de 65% da movimentação no Orlando Bezerra de Menezes, deixa de operar no Aeroporto. Para Roberto Celestino, com a suspensão dos voos da Avianca, a situação ficou "dramática" tanto para passageiros como para quem utiliza serviços de envios e recebimento de cargas.

Articulação entre poder público e empresários do Cariri visa repor os voos deixados pela Avianca, que anunciou uma série de cancelamentos, após entrar em recuperação judicial.

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