Ceará colhe 1ª safra de trigo

Escrito por Redação , egidioserpa@diariodonordeste.com.br

Em uma área de cinco hectares, o empresário Alexandre Sales - que foi dono de um moinho de trigo e de uma fábrica de massas e biscoitos, a Santa Lúcia, vendida há sete anos ao Grupo M. Dias Branco - plantou e está colhendo em Tianguá, na Chapada da Ibiapada, a primeira e inacreditável safra de trigo do Ceará. Trata-se de um projeto experimental, cujos resultados - pela qualidade do produto e pela produtividade alcançada - quase três toneladas por hectare - prognosticam o nascimento de uma nova fronteira do agronegócio cearense. Entre o plantio e a colheita do trigo ibiapabano, passaram-se apenas 70 dias, metade do ciclo que se registra nas regiões produtoras tradicionais no Sul do País. Toda a área do experimento foi cultivada por meio de irrigação. Em áreas de sequeiro, em Mato Grosso e nos estados do Sul do País, a produtividade gira em torno de 2,7 toneladas por hectare.

Tem mais: com o apoio de especialistas da Embrapa Trigo, sediada em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e da Embrapa Agroindústria Tropical, com sede em Fortaleza, os quais acompanham a implantação do projeto, Alexandre Sales desenvolve igual experimento também na Chapada do Apodi, onde em apenas dois hectares já colhe a primeira safra de trigo. Nos dois projetos, estão sendo semeadas as variedades BR-018 e BR-264, ambas desenvolvidas pela Embrapa para clima tropical.

"Estamos todos, principalmente os técnicos da Embrapa, positivamente surpresos e entusiasmados com o curto ciclo da cultura do trigo em Tianguá e no Apodi. Podemos colher três safras por ano com uma produtividade de até cinco toneladas por hectare", diz Sales à coluna. A irrigação, feita por meio de pivô central, usa muito pouca água: apenas 350 mililitros por hectare.

Alexandre Sales sonha grande. No próximo ano, ele ampliará para 150 hectares a área cultivada de trigo (100 hectares em Tianguá e 50 no Apodi). Para isso, está celebrando parceria com agricultores da Ibiapaba e do Apodi, todos igualmente entusiasmados com essa auspiciosa novidade. E trata, ainda, de formalizar um contrato com a Embrapa, de cuja consultoria para os próximos plantios, ele não abre mão. Sales faz questão de destacar o apoio que tem recebido da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, cujo titular, Maia Júnior, "acreditou na nossa loucura que está virando realidade".

Esta coluna tem dito e o repete agora: o melhor do Ceará é o cearense.

Atlas

Quem já o manuseou afirma: o Atlas Eólico e Solar do Ceará, que será lançado na próxima terça-feira, às 9 horas, na Fiec, é o documento que, do ponto de vista técnico, dividirá a história das energias renováveis neste Estado em duas fases - antes e depois dele. O presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, e o governador do Estado, Camilo Santana, estarão juntos no ato de lançamento do Atlas. Os investidores nacionais e estrangeiros já estão vendo o potencial eólico e solar do Ceará com novos olhares, os mesmos que o Governo do Estado começa a dispensar ao setor.

Pescados

As redes de supermercados Cometa e Frangolândia estão sendo abastecidas de peixes pela F. S. Rocha Pescados e Mariscos, dos irmãos Francisco e Manoel Rocha. E pelo modo Toyota de produzir e vender - o "just in time". A propósito: os irmãos Rocha informam que sua loja Somariscos, na Avenida Barão de Studart, aumentou em 300% suas vendas de setembro do ano passado a setembro deste ano.

Tecnologia

Empresa com sede em Fortaleza, a Rastresat foi credenciada para comercializar a tecnologia Omnicomm de gestão de combustível e gerenciamento de frotas nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste. Líder de mercado na Rússia, a Omnicomm tem, entre seus clientes, a Gazprom, Lamborghini Tratores, Coca-Cola, DHL e Vale, que a instalou em 600 locomotivas. No Ceará, já usam a tecnologia Omnicomm a Termaco, Fretcar e Transbet; no Piauí, o Grupo Claudino. Meta da empresa no Brasil: instalar, anualmente, sua tecnologia em cinco mil caminhões e ônibus.

Inspeção

Alertados pela tragédia do edifício Andrea, condomínios residenciais localizados na nobre Aldeota aceleram as providências para a obrigatória - mas ainda não regularizada - inspeção predial. Na Aldeota, há pelo menos um edifício visivelmente fora de esquadro.

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