Governo chinês confirma 361 mortes pelo novo coronavírus e mais de 17,2 mil casos no país

Impacto do novo coronavírus supera o número de mortes causadas pela epidemia de Sars em 2002-2003, que provocou a morte de 349 pessoas na China continental.

Escrito por AFP ,
Legenda: Médico verifica a temperatura corporal de uma mulher em um hospital em Fuzhou, província de Fujian, no sudeste da China
Foto: Foto: Governo chinês/Divulgação

O número confirmado de mortes pela epidemia do novo coronavírus subiu para 361, com 57 novos óbitos - sendo 56 apenas na província de Hubei. As informações foram divulgadas neste domingo (2) - segunda-feira (3) na China pelas autoridades de saúde do país. De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, 2.829 novos casos de contaminação foram diagnosticados, elevando o total de infectados a mais de 17.200 em toda a China. 

Dessa forma, o impacto do novo coronavírus supera o número de óbitos causados pela epidemia de Sars em 2002-2003, que provocou a morte de 349 pessoas na China continental.

Especialistas acreditam que o novo coronavírus surgiu em dezembro em um mercado especializado em frutos do mar de Wuhan, que também vendia clandestinamente carne de animais exóticos.

Os casos de infecções se espalharam para além da província, enquanto o povo chinês viajava pelo país e pelo mundo para celebrar o feriado do Ano Novo Lunar, que começou na semana passada.

Por conta deste surto, vários países intensificaram as medidas de precaução, protegem suas fronteiras e repatriam seus cidadãos da China para conter a propagação do coronavírus. A epidemia levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência internacional, já que mais de 20 nações reportaram casos da doença.

Neste domingo (2), foi registrada a primeira morte fora da China. Trata-se de um chinês de 44 anos e natural de Wuhan que faleceu nas Filipinas.

Resposta do G7

Diante da expansão da doença, os países do G7 vão providenciar uma resposta conjunta para combatê-la, anunciou neste domingo (2) o ministro da Saúde alemão, depois de conversar por telefone com o chefe do Departamento de Saúde dos Estados Unidos.

Todos os integrantes do grupo (formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) já registraram casos da doença em seus territórios.

Na França, cerca de 20 passageiros que estavam num avião de repatriados da China que chegou neste domingo ao país europeu ficaram retidos no aeroporto de Istres (sul), aguardando análise de exames, pois apresentavam sintomas do novo coronavírus, disse a ministra da Saúde francesa, Agnès Buzyn.

Brasil vai repatriar residentes em Wuhan

Após o apelo de um grupo de brasileiros que vive em Wuhan, que divulgou um vídeo pedindo ajuda ao presidente Jair Bolsonaro e seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o Governo Federal anunciou que vai repatriá-los.

O comunicado não informa quantos brasileiros ainda estão em Wuhan e nem determina quando a operação de repatriamento começará, mas explica que todos os cidadãos que retornarem dessa maneira devem passar por uma quarentena "de acordo com os procedimentos internacionais".

A logística da viagem ficará a cargo da Força Aérea Brasileira, enquanto a embaixada do Brasil em Pequim assumirá o trabalho de organização e informação.

Não há números oficiais sobre quantos brasileiros estão em Wuhan. As estimativas iniciais falavam de 70 pessoas, mas algumas viajavam por seus próprios meios antes que a cidade fosse declarada em quarentena.

O Brasil investiga 16 casos suspeitos de coronavírus, segundo balanço divulgado neste sábado (1º). Um deles é no Ceará, na cudade de Sobral.

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