Quem é Fábio Baena, delegado preso acusado de extorsão por delator do PCC
Agente da Polícia Civil foi denunciado pelo empresário pelo crime de extorsão
O delegado Fábio Baena Martin foi um dos sete presos na manhã desta terça-feira (17), pela Polícia Federal, em São Paulo. As detenções aconteceram no âmbito das investigações sobre a execução do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Vinícius Gritzbach, em novembro, no aeroporto de Guarulhos. Todos os detidos foram denunciados pela vítima.
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Intitulada "Operação Tacitus", e apoiada pela Corregedoria da Polícia Civil e pelo Ministério Público, a ação visa cumprir oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá, Ubatuba e na capital paulista.
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Todos os alvos da iniciativa da PF foram delatados por Gritzbach, por envolvimento em corrupção. Foram detidos o delegado e os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Ruggieri, Marcelo Bombom e mais três pessoas. Um policial, Rogério de Almeida Felício, que atuou como segurança do cantor Gusttavo Lima, ainda está foragido. Os demais presos são Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura.
O empresário Vinícius Gritzbach foi assassinado a tiros, em 8 de novembro, ao sair do aeroporto de Guarulhos. Câmeras de segurança do terminal flagraram o momento.
Em nota, a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo afirmou que a operação desta terça-feira busca desarticular organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública — corrupção ativa e passiva. O esquema criminoso envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a integrantes do PCC, além de lavagem de dinheiro para a organização criminosa.
Quem é Fábio Baena?
Na deleção premiada prestada ao Ministério Público, em 2023, Gritzbach denunciou Baena e outros policiais civis por extorsão. Na época, disse que os agentes cobravam dinheiro para não responsabilizá-lo pelos homicídios de dois integrantes da facção criminosa PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, o "Cara Preta", e Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", mortos na capital paulista em 2021. Os crimes eram atribuídos ao empresário, conforme informações do portal g1.
Nesse período da investigação das mortes dos membros da organização criminosa, Baena era delegado do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e era responsável por apurar os casos.
Segundo o delator, o delegado e seus subordinados cobraram propina dele para que não o responsabilizasse pelos crimes. Porém, como Gritzbach se recusou a pagar os agentes, eles o indiciaram pelos homicídios dos membros do PCC. No entanto, o empresário decidiu delatar o delegado e os outros policiais, os acusando de extorsão. Uma semana antes de ser assassinado em Guarulhos, o empresário voltara a denunciar os agentes da Polícia Civil na Corregedoria da corporação.
À Agência Brasil, a defesa do delegado considerou a prisão abusiva, mas disse que só se pronunciará após ter acesso aos autos do processo. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Corregedoria da Polícia Civil está acompanhando a operação e que colabora tanto com a Polícia Federal quanto com o Ministério Público.