Prefeitura de São Sebastião é criticada por show que marca um ano da tragédia que deixou 64 mortos

Gestão alega que é preciso "celebrar a reconstrução" do município e a entrega de novas moradias

Escrito por Redação ,
Redes sociais da Prefeitura de São Sebastião repercutiram a festa
Legenda: Redes sociais da Prefeitura de São Sebastião repercutiram a festa
Foto: Reprodução/Redes sociais @prefsaoseba

Em meio ao marco de um ano da tragédia que vitimou 64 pessoas em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, a Prefeitura da cidade promoveu, na manhã desta segunda-feira (19), o “Show da Reconstrução”, que contou com duas apresentações de artistas sertanejos. A festa gerou críticas à gestão municipal nas redes sociais. 

De acordo com a Prefeitura, a comemoração acontece por conta da “campanha de reconstrução”, marcando a entrega de 518 moradias no bairro Baleia Verde, na costa sul da cidade. O momento foi conduzido pelo prefeito Felipe Augusto (PSDB) e contou com a participação do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos).

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No domingo (18), uma publicação nas redes sociais da gestão de São Sebastião divulgava a comemoração, evidenciando o “dia marcante”. “Precisamos celebrar a vida, a reconstrução de São Sebastião e as 518 famílias que, neste dia, iniciam um novo capítulo da sua história, com sua casa própria", destacava. 

A postagem foi apagada após a onda de críticas acerca da festa. As reclamações incluiam comentários negativos que apontavam “ignorância” e “falta de noção”, além de cobranças por respeito às famílias que perderam entes queridos na tragédia. 

"Trabalhamos incansavelmente em obras de saneamento, pavimentação, drenagem, construção de novas escolas, novas unidades de saúde, na tentativa de levar dignidade para os brasileiros que vivem em São Sebastião. Sabemos que ainda há muito a se fazer, e continuaremos trabalhando. Celebrar a vida e o recomeço é a nossa intenção", defendeu o executivo municipal, em resposta à Folha de São Paulo.

TRAGÉDIA HÁ UM ANO DEIXOU 64 MORTOS

Em 19 de fevereiro de 2023, o Litoral Norte de São Paulo foi atingido pelo maior volume de chuvas da história do País, deixando seis municípios em estado de calamidade pública. Considerada o epicentro da tragédia, a cidade de São Sebastião registrou 64 mortes.

Exatamente um ano depois, o município ainda enfrenta as consequências da tragédia, principalmente em questões de moradia, mesmo com as ações das autoridades. Uma das áreas mais afetadas, a Vila Sahy segue sob risco de novos deslizamentos de terra, segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A área também enfrenta impasses no novo processo de urbanização e na remoção de moradores.

 
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