Kat Torres é acusada de tentar criar seita e manipular clientes por meio de 'entidade'
Advogada de clientes em Minas Gerais conta que a influenciadora dizia ser guiada por uma "voz"
A brasileira Katiuscia Torres Soares, presa em Minas Gerais na última sexta-feira (18) após ser deportada dos EUA, foi acusada de tentar criar uma seita religiosa. A responsável pela hipótese é a advogada Gladys Pacheco, representante de 20 vítimas que teriam sido afetadas pela mulher. As informações são do jornal O Tempo.
Ao todo, 16 mulheres, dois homens e duas crianças teriam relatados crimes relacionados a Kat Torres, nome pelo qual ela costumava ser chamada nas redes sociais. Tráfico de pessoas, charlatanismo, extorsão religiosa, estelionato religioso e calúnia são algumas das acusações.
Em entrevista ao O Tempo, a advogada alegou que Katiuscia afirmava que uma voz se comunicava com ela, vendendo a ideia de uma espécie de previsão do futuro.
Veja também
"Ela pregava doutrinas, ensinamentos, ideologias, e acreditava ser um mecanismo de comunicação de uma entidade que ela denominava de 'a voz'", comentou Gladys Pacheco. Com esses preceitos, ela tentava manipular clientes por meio de consultas e rituais.
Nos casos em que o cliente se mostrava contra, Kat começava uma espécie de exposição nas redes sociais com "imputação de fatos inverídicos e difamatórios", ainda segundo informações divulgadas pela advogada.
Yasmin Brunet, por exemplo, que tentou ajudar uma das jovens "clientes" de Kat, acabou sofrendo retaliação nas redes sociais. A modelo se envolveu na situação após se pronunciar publicamente ajudando a família da mineira desaparecida após contato com a coach.
Outra vítima seria o arquiteto Antonio Isuperio, de 40 anos. Ele teria recebido várias ameaças de morte após publicar vídeo denunciando o "charlatanismo" de Kat Torres. Até então, ela não se defendeu das acusações.
Prisão preventiva
Presa na sexta-feira, Kat teve ordem de prisão decretada pela 5ª Vara Federal de São Paulo. O pedido usou como base o artigo 149 da lei 2.848, tratando do crime de submissão de pessoas em condições análogas à escravidão.
No último sábado (19), ela deu entrada no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais.
Além do pedido de prisão, a Justiça pediu quebra de sigilo de dados telemáticos e telefônicos da influenciadora, junto da apreensão de aparelhos e documento que estivessem sob posse dela.