Governo de RS desmente fake news de coach Pablo Marçal sobre doações com nota fiscal

No Rio Grande do Sul, 397 dos 497 municípios foram afetadas com as fortes de chuvas e enchentes que acometem o estado

Escrito por Redação ,
Foto de doações no Rio Grande do Sul
Legenda: Não está sendo pedido notas fiscais de doações ao Rio Grande do Sul, diz governo estadual
Foto: AFP

Notícias falsas como a disseminada pelo coach Pablo Marçal nas quais autoridades estariam pedindo notas fiscais de doações destinadas às vítimas da tragédia causadas pelas chuvas foram desmentida, nesta terça-feira (7), pela Secretaria da Fazenda, do Rio Grande do Sul. O empresário havia gravado um vídeo que foi compartilhado por políticos e outros influenciadores.

Em publicação nas redes sociais, a Sefaz do RS não citou o nome de Marçal, ou outros envolvidos.

"Não está sendo exigida nota fiscal de doações. Não estão sendo multado os veículos de apoio a salvamentos. Não é obrigatória licença para pilotar barcos e jetskis em operações de salvamento. Não há fiscalização, pelo governo do Estado, de marmitas feitas por voluntários. O dinheiro doado pelo pix oficial não vai para o caixa do governo", diz a publicação.
 

Arthur Lemos, secretário-chefe da Casa Civil, também desmentiu a alegação que estava sendo pedido notas fiscais das doações. 

"Nesse momento difícil que estamos passando no Rio Grande do Sul, passo aqui para dizer que é fake a informação que estão sendo retidas as doações em postos para cobrança de impostos. Não, não estão. As doações estão passando isentas, não nenhuma cobrança de impostos", frisou em vídeo. 

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Ministério da Justiça pede investigação da PF

Outros políticos e influenciadores também compartilharam a fake news, e poderão ser investigados pela Polícia Federal (PF) a pedido do Ministério da Justiça. 

Dentre os citados no ofício enviado por Ricardo Lewandowski, titular do MJ, estão o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). O ministro pede a adoção das providências cabíveis, com a urgência que o caso requer". O texto é assinado pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. 

Investigações SSP-RS

Além da PF, a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul também informou que abriu oito investigações contra pessoas que compartilharam as informações incorretas

"A Polícia Civil está com oito investigações em andamento, apurando esses casos, nos quais as pessoas estão disseminando pânico, fake news, e, ao mesmo tempo usando essa crise humanitária que vivemos hoje para ter ganhos financeiros", afirmou delegado Sodré, chefe de Polícia Civil. 

Sandro Caron, titular da SSP-RS, também alertou sobre pessoas que estão usando a tragédia para se beneficiar financeiramente. 

"Temos algumas pessoas que vem tentando usar perfis na internet para algum tipo de ganho financeiro nesse momento de tragédia no estado e temos também alguns perfis em rede social que estão disseminando fake news, informações falsas, causando insegurança e aumentando o medo na população. Então, eu quero deixar muito claro nosso compromisso na Segurança Pública de responsabilizar as pessoas que vem espalhando fake news nas redes sociais", frisou Sandro Caron, titular da SSP-RS, em vídeo nesta segunda-feira (6). 

Tragédia no RS

As fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que causaram alagamentos e desabamentos em todo o estado, já deixaram 90 mortos, segundo novo balanço oficial divulgado na manhã desta terça-feira (7). Ao todo, 111 pessoas estão desaparecidas em meio ao desastre, que começou a apresentar impactos graves desde o último dia 29 de abril.

Outros quatro óbitos estão sendo investigados. A atualização do órgão cita ainda que 131 pessoas estão desaparecidas e há 362 feridos. 

As chuvas, entretanto, já haviam iniciado no dia 27 de abril, quando municípios do Vale do Rio Pardo registraram também granizo e um forte volume de precipitação. A cidade mais afetada foi a de Santa Cruz do Sul, enquanto em Porto Alegre mais de 1,2 mil raios foram registrados. No Rio Grande do Sul, 397 dos 497 municípios foram afetadas.

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