Funcionário de bar grava vídeo racista e é demitido após caso viralizar; ele era foragido da Justiça

Alessandro Pereira de Oliveira publicou o vídeo em suas redes sociais na última sexta-feira (18)

Escrito por Redação ,
Montagem de fotos mostra homem gravando vídeo dele mesmo proferindo discurso racista
Legenda: O homem foi demitido do bar onde trabalhava após o sócio proprietário descobrir que o vídeo viralizou
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Alessandro Pereira de Oliveira, um homem de 36 anos acusado de racismo após criticar a abolição da escravidão no Brasil e dizer que pessoas pretas "têm que tomar água do vaso", foi demitido do bar onde trabalhava, em Belo Horizonte, devido à repercussão do caso.

O momento em que o funcionário do bar profere as palavras racistas foi publicado por ele mesmo nas redes sociais, na última sexta-feira (18). "É, rapaz. Trabalhar em bar não é fácil, não. Tem que aturar cada uma. Maldita Princesa Isabel, que assinou aquela Lei Áurea para acabar com a escravidão. Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo, tem conversa, não. [...] Vê se preto tem razão para reclamar de p* de copo. Tem que tomar água do vaso, essa desgraça", disse Alessandro no vídeo.

Ele continuou o discurso racista dizendo que "tinha que ter vivido na época dos barões" para "cortar essa raça toda no chicote, amarrar no tronco, chicote estalando no lombo". "Amarrar na caixa de ferro e deixar o dia todo no sol, esses demônios. [...] Tenho que aturar macaco aqui me enchendo o saco", finalizou.

Segundo o g1, o caso chegou ao conhecimento do Ministério Público de Minas Gerais, que acionou a Polícia para apurar o crime de racismo. "Eu acionei o promotor e a delegada que trabalham com a temática de crimes de intolerância da capital para providências sobre a questão", afirmou o promotor de Justiça Allender Barreto Lima, coordenador de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação (CCRAD) do Ministério Público.

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Demissão após repercussão do caso

À TV Globo, o sócio proprietário do bar, Alex Sandro de Oliveira, disse que soube do vídeo por clientes do estabelecimento, que o abordaram e questionaram a atitude do funcionário. "Sou contra racismo. Fiquei indignado. Tenho parentes negros. Mandei ele [Alessandro] embora na hora", afirmou.

O acusado trabalhava há poucos meses no bar, e, segundo o chefe, nunca antes tinha apresentado problemas no serviço. 

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Fugitivo da Justiça

Alessandro tem ao menos quatro passagens pelo sistema prisional do Mato Grosso do Sul, segundo informou ao g1 a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O órgão disse ainda que, na última vez em que esteve preso, o homem recebeu o benefício da saída temporária, mas não retornou à prisão no prazo determinado.

Desde então, Alessandro é considerado "fugitivo por abuso de confiança" e tem um mandado de prisão em aberto.

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