Com doença rara e desnutrição severa, morre jovem que pesava 27 kg aos 22 anos

Yasmin da Silva Cândido foi diagnosticada com acalasia, condição que dificulta a passagem de alimentos e líquidos do esôfago para o estômago

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Redação producaodiario@svm.com.br
Na imagem, Yasmin Cândido, jovem que morreu após ser acometida por desnutrição severa
Legenda: Sintomas da acalasia, segundo Yasmin, começaram a ser percebidos durante o sono
Foto: Arquivo pessoal

Diagnosticada em 2020 com acalasia, Yasmin da Silva Cândido, morreu aos 22 anos nessa sexta-feira (2). Natural do município de Viçosa (MG), ela lutava contra a doença rara que a fez pesar apenas 27 kg.

A enfermidade, também conhecida como "megaesôfago", dificulta a passagem de alimentos e líquidos do esôfago para o estômago, ocasionando desnutrição severa.

Diversas tentativas foram realizadas para contornar a situação. No ano passado, por exemplo, Yasmin passou por procedimento cirúrgico em um centro especializado no Recife, uma vez que os sintomas se agravaram devido à dificuldade de alimentação. 

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A operação foi feita com ajuda de familiares e amigos, que se mobilizaram para arrecadar cerca de R$ 22 mil para o procedimento. Mesmo assim, passados alguns meses, a jovem não resistiu.

O comunicado do falecimento foi postado nas redes sociais de Yasmin, sem detalhes sobre a causa da morte. Por sua vez, o corpo será sepultado neste sábado (3). As informações são do g1.

Motivo da doença

Tudo indica que a acalasia desenvolvida em Yasmin tenha sido causada ainda na infância devido à infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi, causador da Doença de Chagas. A enfermidade pode ser transmitida por meio de picada de insetos, como os barbeiros.

Os sintomas, segundo ela, começaram a ser percebidos durante o sono. "Estava engasgando enquanto dormia, então fiz uma endoscopia e o médico disse que poderia ser uma doença chamada acalasia", contou ao g1 em dezembro do ano passado.

Na imagem, a jovem Yasmin Cândido, acometida por acalasia, sendo tratada pela avó
Legenda: Yasmin Cândido recebia os cuidados da avó durante o tratamento
Foto: Arquivo pessoal

"Ele pediu outro exame, que tive que fazer em Belo Horizonte, pois na minha região não havia, e o resultado confirmou”. Com a informação em mãos, ela inicialmente fez o tratamento de dilatação pneumática. Mas o procedimento, que consiste na inserção de um tubo com um balão não-inflado na garganta, não gerou mais resultados.

Em maio do ano passado, o intestino de Yasmin parou de funcionar e foi necessário realizar uma cirurgia às pressas, iniciando o uso de bolsa de colostomia. Em aproximadamente seis meses, ela, que pesava 43kg, passou aos 27kg.

Incidência da acalasia

Levantamento publicado no Journal of Gastroenterology and Hepatology aponta que a incidência global da acalasia é estimada entre 1 e 2 casos a cada 100 mil pessoas, o que denota uma condição rara.

Yasmin deixa três filhos, com idades entre 1 e 4 anos.

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