Quem é Abu Mohamad al Jolani, que liderou grupo islâmico para derrubar governo de Bashar al-Assad
Nascido numa família abastada de Ryad, na Arábia Saudita, Jolani é o nome de guerra em referência às raízes da família Colinas de Golã
Abu Mohammed al-Jolani, de 42 anos, é o chefe da Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS), grupo islamista que diz ter derrubado o regime o presidente da Síria, Bashar al-Assad, neste domingo (8). Recentemente, o líder declarou que o regime de Assad estava morto. As informações são do portal DW.
Nascido numa família abastada de Ryad, na Arábia Saudita, Jolani é o nome de guerra em referência às raízes da família Colinas de Golã. O líder alega que o avô foi forçado a fugir após a anexação da área por Israel, em 1967.
Jolani está à frente do HTS, considerada a maior das milícias insurgentes que lutam na guerra civil da Síria. A organização terrorista tem origem na Al Qaeda.
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Em 2011, quando começaram as revoltas populares contra Assad no período da chamada Primavera Árabe, a organização tinha outro nome: Frente Al Nusra. Naquele momento, era o braço da Al Qaeda na Síria.
Na tentativa de derrubar Assad, Jolani tem procurado refazer a imagem da Organização para a Libertação do Levante, nos últimos anos, cortando os laços com a Al Qaeda. Além disso, promete abraçar o pluralismo e a tolerância religiosa.
Os esforços para suavizar a imagem também aparecem na própria aparência ao abandonar gradualmente o turbante jihadista que usava no início da guerra civil da Síria, em 2011, em favor de um uniforme militar.
Histórico de Jolani
Após os ataques de 11 de Setembro, conforme o site de notícias Middle East Eye, Jolani adotou o pensamento jihadista e demonstrou admiração pelos terroristas. A partir disso, integrou sermões secretos e painéis de discussão nos subúrbios marginalizados de Damasco.
Com a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos, Jolani deixou a Síria para participar dos confrontos e se uniu à Al Qaeda, mas foi detido por cinco anos, o que o impediu de subir na hierarquia da organização jihadista.
Em 2013, quando o chefe do grupo Estado Islâmico no Iraque anunciou que o grupo estava cortando relações com a Al Qaeda, Jolani se recusou a acompanha-lo. Naquele momento, jurou lealdade a Ayman al-Zawahiri, da Al Qaeda.
Contudo, em 2016, ele cortou os laços com a Al Qaeda, afirmando que isso tirava motivos do Ocidente para atacar a organização. O chefe afirmou que, caso Assad fosse derrotado, a minoria alauíta da qual o clã do presidente é originário não seria atacada.