Partido boicota votação e falta de quórum adia impeachment de presidente da Coreia do Sul
Para ser válida, a votação do impeachment precisa da participação de, pelo menos, dois terços da Assembleia
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, deve ter o impeachment adiado após a Assembleia Nacional não registrar um número mínimo de votantes para validar o processo, neste sábado (7). A ausência aconteceu por boicote de diversos legisladores do Partido do Poder Popular (PPP), ligado ao governo do País.
Para ser válida, a votação do impeachment precisa da participação de, pelo menos, dois terços da Assembleia, equivalente a 200 legisladores. Os partidos de oposição, que apresentaram juntos a moção para retirar Yoon do poder, representam 192 das 300 cadeiras totais. Com isso, eles precisavam de apenas oito votos para legitimar o processo.
No entanto, membros do PPP foram vistos deixando a Assembleia Nacional antes do início da votação. Alguns legisladores foram até gabinetes de membros do partido para pedir que entrassem na votação. De acordo com a agência Reuters, apenas três legisladores ligados ao governo participaram da votação e um deles, Kim Sang-wook, afirmou ter votado contra o processo de impeachment.
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Na manhã deste sábado, Yoon fez um pronunciamento à nação e disse que deixaria a cargo de próprio partido traçar um rumo para a turbulência política do país, "incluindo assuntos relacionados ao meu mandato". Ele também pediu desculpas por tentar aplicar a Lei Marcial, o que resultou em revoltas e manifestações contrárias ao governo ao longo da semana.
O discurso foi a primeira aparição pública do presidente desde que ele revogou a ordem de Lei Marcial, na quarta-feira (4), apenas seis horas após ela ter sido declarada.
Segundo a constituição da Coreia do Sul, Yoon deixaria o cargo até que o processo de impeachment fosse finalizado. Caberia ao primeiro-ministro da Coreia, Han Duck-soo, comandar o País no período.
Oferta de renúncia na equipe do governo
Além da saída de Yoon, na quarta-feira, os assessores do presidente, incluindo o chefe de gabinete dele, e o ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, ofereceram-se para renunciar dos cargos.
Entre os assessores que ofereceram renúncia está o chefe de gabinete presidencial, Chung Jin-suk; o conselheiro de Segurança Nacional Shin Won-sik; e o chefe de gabinete para políticas, Sung Tae-yoon, e outros sete assessores.