Museu de Auschwitz pede a Amazon exclusão de livros de "propaganda nazista"
Nos últimos 18 meses, a Amazon suprimiu de sua plataforma vários livros de autores de extrema-direita, como David Duke, ex-líder da Ku Klux Klan, e George Lincoln Rockwell, fundador do Partido Nazista americano, segundo o jornal New York Times
O Museu de Auschwitz pediu ao empresário bilionário Jeff Bezos que retire os livros infantis antissemitas do período nazista que são vendidos em sua plataforma de vendas, a Amazon.
"A odiosa, virulentamente antissemita propaganda nazista está disponível à venda não apenas na @AmazonUK" (Reino Unido)", afirmou, na sexta-feira (21), o Memorial de Auschwitz em sua conta oficial no Twitter.
"Livros de autores como Julius Streicher podem ser encontrados também na @amazon e @AmazonDE (Alemanha). Estes livros têm que ser eliminados imediatamente @JeffBezos @Amazon", completava a mensagem, acompanhada de capturas de tela com os livros à venda na plataforma.
Hateful, virulently antisemitic Nazi propaganda is available for sale not only on @AmazonUK. Books by authors like Julius Streicher can be found also on @amazon & @AmazonDE.
— Auschwitz Memorial (@AuschwitzMuseum) February 21, 2020
Such books should be removed immediately. | @JeffBezos @AmazonHelp https://t.co/rxNWZj8iDs pic.twitter.com/viBjjZsYI5
Entre as obras citadas está o livro infantil antissemita "O cogumelo venenoso", escrito por Julius Streicher, membro do Partido Nazista, e publicado em 1938. O livro pode ser comprado na Amazon em alemão, a língua original ("Der Giftpilz"), mas também em inglês, francês e espanhol, confirmou a AFP em uma busca na internet.
No ano passado, a Lituânia pediu a Amazon a interrupção das vendas de objetos de temática soviética, alegando que o símbolo de foice e do martelo ofendia as vítimas do totalitarismo comunista.
Nos últimos 18 meses, a Amazon suprimiu de sua plataforma vários livros de autores de extrema-direita, como David Duke, ex-líder da Ku Klux Klan, e George Lincoln Rockwell, fundador do Partido Nazista americano, segundo o jornal New York Times.
A Amazon também eliminou outros textos de natureza antissemita, informou o NYT.
Durante a Segunda Guerra Mundial, 1,1 milhão de pessoas - quase um milhão eram judeus - foram assassinadas pelos nazistas no campo de Auschwitz-Birkenau, que ficava no sul da Polônia ocupada, entre 1940 e 1945.