Ex-funcionário alertou para problemas em submarino que desapareceu em passeio ao Titanic
David Lochridge, então diretor de operações marítimas, apontou problemas com inflamáveis e na janela do submersível
Um ex-funcionário da Ocean Gate, dona do submarino desaparecido desde domingo (20) que sumiu em passeio aos destroços do Titanic, alertou a empresa sobre possíveis problemas. Conforme David Lochridge, então diretor de operações marítimas da companhia, o submersível possuía problemas de "controle de qualidade e segurança".
Conforme a revista americana The New Republic, a descoberta ocorreu em 2018 após documentos judiciais serem obtidos. De acordo com Lochridge, os tripulantes poderiam correr perigo caso o veículo fosse atingido por temperaturas mais profundas por conta da pressão.
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Havia ainda outro possível problema com a janela do submersível. Lochridge dizia que o veículo só aguentaria pressões de até 1,3 mil metros abaixo da superfície. A intenção do passeio turístico era levar os tripulantes até 3,8 mil metros — onde estão os destroços do navio que naufragou em 1912.
A empresa processou Lochridge por, supostamente, ter divulgado informações confidenciais sobre o submarino. O ex-diretor afirma que foi demitido injustamente da Ocean Gate após levar a "recusa da empresa em conduzir testes críticos e não destrutivos" do Titan.
"Os passageiros pagantes não teriam conhecimento e não seriam informados sobre esse projeto experimental, a falta de testes não destrutivos do casco ou que materiais inflamáveis perigosos estavam sendo usados dentro do submersível", dizia um dos documentos obtidos.
Quem está no submarino desaparecido?
Cinco pessoas foram confirmados a bordo do submarino, são eles: o bilionário e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos; o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, de 48 e 19 anos; o oceanógrafo francês Paul-Henry Nargeolet, de 73 anos; e o fundador da OceanGate Inc, Stockton Rush, de 61 anos.
Em fevereiro deste ano, Rush contou à Sky News sobre a visita ao naufrágio do Titanic e quais seriam os planos para o futuro. "É possível ver o interior, nós descemos e vimos a grande escadaria e algumas lustres ainda pendurados. No próximo ano, esperamos enviar um pequeno robô para o interior, mas por enquanto ficamos do lado de fora", contou.
Harding, que é fundador e CEO da empresa Action Aviation, escreveu no domingo (20) no Instagram que estava orgulhoso de participar na expedição. Segundo a publicação do bilionário, Paul-Henry Nargeolet, que também ocupa o submarino, é especialista na história do Titanic.
Já a família de Shahzada Dawood, que é vice-presidente do conglomerado Engro, disse em um comunicado que "o contato foi perdido com o submarino, e as informações disponíveis são limitadas".