EUA aplicam sanções em 16 funcionários do governo Maduro e chamam eleição da Venezuela de 'fraude'
Dentre os atingidos com a medida está a presidente do Supremo Tribunal de Justiça do país, Caryslia Rodríguez
Os Estados Unidos sancionaram, nesta quinta-feira (12), 16 funcionários venezuelanos, incluindo a presidente do Supremo Tribunal de Justiça do país, Caryslia Rodríguez, por "fraude eleitoral" e por repressão à oposição, "em uma tentativa ilegítima de se manter no poder pela força".
O governo norte-americano intervém em resposta à "fraude eleitoral", para que o presidente Nicolás Maduro e seus representantes sejam responsabilizados por "obstruir" as eleições presidenciais e "abusar dos direitos humanos", informou o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.
"Em vez de respeitar a vontade do povo (...) eles se atribuíram falsamente a vitória enquanto reprimiam e intimidavam a oposição democrática em uma tentativa ilegítima de se manter no poder pela força", afirma o comunicado.
Os Estados Unidos informaram que já sancionaram mais de 140 pessoas e mais de cem entidades. Os Estados Unidos já impuseram no passado várias sanções a funcionários venezuelanos, incluindo ao próprio Maduro, acusado de narcotráfico por Washington.
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O que são as sanções
As sanções incluem o congelamento dos ativos que os sancionados possuam direta ou indiretamente nos Estados Unidos, bem como a proibição de qualquer pessoa ou empresa americana fazer negócios com eles.
Paralelamente, o Departamento de Estado "toma medidas para impor novas restrições de visto".
Washington afirma que as "táticas de intimidação" do governo venezuelano, incluindo a emissão de uma ordem de prisão contra o candidato presidencial "vitorioso", Edmundo González Urrutia, forçaram-no a deixar a Venezuela e buscar asilo na Espanha.
González Urrutia atuou em nome da líder opositora María Corina Machado, após as autoridades a inabilitarem politicamente, impedindo-a de participar das eleições. Machado permanece na Venezuela e afirma que a oposição ganhou as eleições por uma ampla margem.
Quem são os sancionados
Entre os sancionados estão líderes da autoridade eleitoral, da Suprema Corte e "da Assembleia Nacional afiliada a Maduro", além de militares e membros dos serviços de inteligência.
Destacam-se Caryslia Beatriz Rodríguez, presidente do Tribunal Supremo de Justiça; Rosalba Gil Pacheco, reitora do Conselho Nacional Eleitoral; Domingo Antonio Hernández Lárez, o número três das Forças Armadas e responsável pelas operações militares; e Pedro José Infante Aparicio, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional.
Os 16 funcionários "impediram um processo eleitoral transparente e a divulgação de resultados eleitorais precisos", afirma o governo de Biden, que desde 28 de julho solicita a divulgação das atas detalhadas.
"A Venezuela rejeita, nos termos mais enérgicos, o novo crime de agressão cometido pelo governo dos Estados Unidos da América contra a Venezuela, ao impor medidas coercitivas unilaterais", manifestou-se o Ministério das Relações Exteriores venezuelano em um comunicado.
As medidas foram anunciadas "em um ato grosseiro, que busca se congraçar com uma classe política que lançou mão de práticas fascistas e violentas para derrubar, sem sucesso, a democracia Bolivariana", acrescentou o texto.