Equador terá segundo turno com disputa acirrada na eleição para presidência entre Daniel Noboa e Luisa González

A apuração das mostrou uma disputa apertada: González tinha 43,91% dos votos, enquanto Noboa liderava com 44,6%

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Equador terá segundo turno com disputa acirrada na eleição para presidência entre Daniel Noboa e Luisa González
Legenda: O primeiro dia de votação aconteceu em meio a um cenário de violência do crime organizado e polarização política.
Foto: Marcos PIN / AFP

O Equador caminha para um segundo turno presidencial, no dia 13 de abril, entre Daniel Noboa, atual presidente do país, e Luisa González, rival de esquerda. O primeiro dia de votação, ocorrido nesse domingo (9), aconteceu em meio a um cenário de violência do crime organizado e polarização política.  

A apuração das urnas mostrou uma disputa apertada: González tinha 43,91% dos votos, enquanto Noboa liderava com 44,6%. O mandatário atua não conseguiu a vitória no primeiro turno como esperava.  

No poder desde 2023, Noboa apostou em uma campanha de linha dura contra o narcotráfico, que marcou seu curto mandato. Sua ofensiva incluiu militarização, construção de prisões e exibição de presos seminus, ações que renderam comparações com Nayib Bukele, presidente de El Salvador.

Apesar de críticas por abusos cometidos pelas forças de segurança, ele defende que sua política reduziu a taxa de homicídios de 47 para 38 por 100 mil habitantes entre 2023 e 2024.  

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Na noite de domingo, a apuração dos votos foi acompanhada com fogos de artifício e buzinas na capital Quito. "Caso a tendência seja mantida (...) voltaremos às urnas em 13 de abril para o segundo turno", declarou Diana Atamaint, presidente do Conselho Nacional Eleitoral.  

A eleição ocorre em meio a uma escalada da violência ligada ao narcotráfico, que levou Noboa a decretar estados de exceção e a declarar conflito armado interno. As fronteiras do país foram fechadas esta segunda-feira (10) e cerca de 100 mil agentes da força pública monitoraram os locais de votação.  

Os candidatos, que se enfrentaram em 2023, agora voltam às urnas em um país dividido entre a continuidade da política de segurança de Noboa e o retorno da esquerda ao poder. Desta vez, González busca fazer história como a primeira mulher eleita presidente do Equador.

NOBOA VS. GONZÁLEZ

Noboa, de 37 anos, é herdeiro do magnata Álvaro Noboa e se define como de centro-esquerda, apesar de governar com apoio da direita e adotar uma abordagem neoliberal na economia. Seu governo aprovou nove das onze propostas em referendo, incluindo mudanças constitucionais, como a permissão para extradição de equatorianos.  

Do outro lado da disputa, Luisa González, de 47 anos, representa o movimento Revolução Cidadã, criado pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017). A advogada evangélica, ciclista e maratonista enfrenta questionamentos sobre a influência de Correa, condenado à revelia por corrupção, em um possível governo seu.  

"Eles nos semearam ódio, divisão e polarização porque se estivéssemos divididos, poderiam nos dominar e nos manter como estamos hoje: deprimidos, sem nossos direitos", afirmou González. A candidata promete mais segurança com justiça social e respeito aos direitos humanos.  

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