Entenda por que o papa troca de nome e como escolha é feita

Segundo o Vaticano, tradição milenar tem relação com a própria origem da Igreja Católica

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 14:36)
Imagens da Basílica de São Pedro, no Vaticano
Legenda: Após eleição, novo pontífice é questionado sobre se aceita vocação como papa e qual o nome escolhido
Foto: Tiziana Fabi/AFP

A substituição do nome de batismo pelo nome pontifício após a escolha de um novo papa se tornou um costume milenar ligado diretamente à história da Igreja Católica. Segundo informações do próprio Vaticano, a tradição remonta as origens do cristianismo, quando Jesus mudou o nome do apóstolo Simão para Pedro, que se tornaria o primeiro papa do mundo.

"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja", disse Jesus a um dos apóstolos, que, na verdade, se chamava Simão. Assim nasceu o catolicismo e a tradição, então, faz referência ao acontecimento. 

A decisão é pessoal, aponta a entidade, tomada diretamente pelo próprio sucessor de Pedro. Após o final da votação e antes de trajar pela primeira vez as vestes papais, o eleito é questionado se aceita a vocação canônica para Sumo Pontífice e como deseja ser chamado.

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Essa revelação do nome, inclusive, é associada a um novo nascimento, já que o papa escolhe uma nova identidade. Além disso, o nome pontifício é eventualmente seguido por um adjetivo número ordinal. Caso escolha se chamar Francisco, por exemplo, ele será o papa Francisco II, se tornando o 267º Pontífice.

Nomes mais escolhidos entre papas

Entre os nomes mais utilizados escolhidos pelos Pontífices até hoje estão os de Pio, Gregório, João, Bento, Inocêncio, Leão e Clemente. Até hoje, no entanto, nenhum escolheu Pedro, o primeiro pontífice, nem José, Tiago, André e Lucas.

Em um encontro realizado em 16 de março de 2013, Francisco chegou a explicar o que motivou a escolha do nome como papa. "Surgiu o nome no meu coração: Francisco de Assis. Para mim, é o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e preserva a criação", disse ele. 

Além disso, a escolha pode ser motivada por questões emocionais. João XXIII explicou que, no caso dele, a escolha estava baseada no fato de que esse é o "nome do nosso pai" e, além disso, também é o nome solene de inúmeras catedrais e humildes paróquias.

Ainda conforme o Vaticano, o "nome do novo Pontífice, unido ao seu magistério, será uma bússola que guiará o caminho do povo de Deus neste momento complexo da história". 

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