Crise de moradia causa aumento do número de brasileiros sem-teto em Portugal
Brasileiros correspondem a 80% das inscrições do programa de retorno voluntário ao país de origem
O aumento do valor das moradias em Portugal vem ocasionando uma série de crises no país europeu, entre elas, o acréscimo de pessoas sem-tetos espalhadas pelas ruas da capital, Lisboa. Em uma reportagem produzida pela agência alemã DW, foi revelado o montante de brasileiros vulneráveis incluídos nessa situação.
Voluntária de uma organização de distribuição de comida para pessoas vulneráveis, a Noor'Fatima, Rita Borges, disse à reportagem que percebe "muito mais gente" nas ruas no último ano. "Há mais brasileiros e pessoas também do Leste Europeu", expressou
Ainda segundo a reportagem, no país, os brasileiros correspondem a 80% das inscrições do programa de retorno voluntário ao país de origem. O projeto, financiado em parte pelo Governo Portugal, que visa ajudar imigrantes que não conseguem suprir com as suas necessidades básicas.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística de Portugal, só nos últimos cinco anos, a média de preço dos aluguéis subiu quase 50% no país. Atualmente, um apartamento de 40 m² pode chegar a custar ao equivalente a um salário médio na capital portuguesa, em torno 1,2 mil euros (equivalente R$ 6.540).
"Agora há uma coisa que eu nunca tinha visto antes, que é: há pessoas que trabalham que não têm dinheiro para pagar uma casa e que vivem na rua, ou seja, trabalham e vivem na rua", afirmou Rita.
Durante a gravação da reportagem, brasileiros foram procurados para relatar suas experiências vivendo nas ruas de Lisboa, no entanto, segundo a DW, eles evitaram aparecer nas gravações com medo da reação dos familiares aqui no Brasil.
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Acampamento em lugar público
Uma alternativa encontrada por alguns brasileiros para fugir dos aluguéis caros foi montar um acampamento, com tendas, em lugares públicos. O espaço foi carinhosamente apelidado de "Condomínio das moreninhas campistas" e fica localizado na Praia de Carcavelos, uma das regiões mais valorizadas do país.
Divididos como um condomínio residencial, as barracas tem quartos, cozinhas, banheiros, fora os vizinhos, que também são brasileiros.
