China tem intensos protestos contra as restrições geradas pela política "Covid zero"

Os protestos contrários as limitações impostas pelo Governo se intensificaram no fim de semana, após um incêndio que matou 10 pessoas

Escrito por Redação ,
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Foto: Hector Retamal/AFP

A China tem vivenciado intensos protestos contra a chamada política "Covid zero", que nos últimos períodos tem estabelecido lockdowns de última hora e restrições mais amplas diante do aumento das infecções por coronavírus no país asiático. No sábado (26), manifestantes foram às ruas de Xangai, cidade mais populosa da China e principal centro econômico do país, protestar contra as medidas adotadadas pelo governo. 

Os protestos contra as restrições em decorrência do aumento dos casos de Covid na China se intensificaram no fim de semana, após um incêndio que matou 10 pessoas, em um bloco de apartamentos em Urumqi, capital da região autónoma de Xinjiang Uyghur, no oeste do país.

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Na ocorrência, após a circulação de vídeos, houve acusações de que bombeiros tiveram o trabalho dificultado por portas trancadas e outros controles devido às restrições da política “Covid zero”. O registro de possíveis obstáculos no salvamento às vítimas foi negado pelas autoridades chinesas.

No sábado (26), protestos também ocorreram em universidades. Manifestantes gritavam “Abaixo, Xi Jinping! Saia, Partido Comunista!” em uma demonstração sem precedentes de desafio contra a rigorosa política Covid zero do país.

Em diversos campi universitários, estudantes fizeram reuniões ou colocaram cartazes para lamentar os mortos do incêndio de Xinjiang e se manifestar contra a política extremamente restritiva. 

Manifestações incomuns

Manifestações como essas são incomuns na China, onde críticas direta ao governo e ao presidente podem resultar em duras represálias.

Apesar das medidas rígidas, o número de casos na China tem atingido patamares muito elevados dentro da série histórica desde o início da pandemia.

A política “Covid Zero” da China é defendida pelo presidente Xi Jinping como salva-vidas e necessária para evitar a sobrecarga do sistema de saúde. Apesar da crescente resistência pública, as autoridades prometem continuar com o plano. 

Recentemente o país ajustou as medidas de restrição, encurtando as quarentenas e adotando outras iniciativas específicas. Mas o aumento de casos e a reavaliação das decisões, bem como o  uso incessante de bloqueios, testes de Covid e quarentenas pelo governo, tem causado confusão, incertezas e irritação na população.