Vacina contra HIV não gera anticorpos suficientes e é ineficaz em testes finais
Estudo estava sendo encaminhado pela Janssen Pharmaceuticals, parte da Johnson & Johnson
A Janssen Pharmaceuticals anunciou, na quarta-feira (18), que a única vacina contra o HIV que estava sendo testada se mostrou ineficaz. Os resultados foram descobertos durante testes clínicos em estágio avançado, em que o imunizante não gerou anticorpos suficientes contra o vírus.
"É decepcionante, mas não é o fim do esforço para desenvolver uma vacina. Existem outras abordagens estratégicas", declarou Anthony S. Fauci, liderança responsável pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA até dezembro de 2022.
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Em um cenário em que o vírus ainda infecta cerca de 1,5 milhão de pessoas anualmente, matando cerca de 650 mil, a ineficácia da vacina atrasa a esperança de uma proteção mais efetiva.
Para o diretor executivo da AVAC — organização de prevenção do HIV, Mitchell Warren, a notícia deve estimular políticos e ativistas a tornar mais acessíveis os métodos de prevenção da doença.
"Não é que toda a esperança esteja perdida, é que precisamos redirecionar nossos recursos para maior impacto."
Criação da vacina
A criação da vacina estava sendo organizada em projeto intitulado Mosaico. O ensaio teve início em 2019, com liderança da Janssen Pharmaceuticals, parte da Johnson & Johnson. A vacina foi testada em 3,9 mil homens cisgênero e transgêneros que fazem sexo com homens cisgêneros e transgêneros.
Além disso, o teste ocorreu em mais de 50 locais em nove países da Europa, América do Sul e América do Norte. O imunizante buscava atingir tipos diferentes de HIV no mundo.
No entanto, a resposta imune não conseguiu produzir quantidades significativas dos anticorpos neutralizantes. A empresa foi recomendada a interromper os testes e informar os resultados aos participantes.