Vacina contra câncer de pele começa a ser testada em humanos; entenda

Estudo está na fase 3 e apresenta resultados encorajadores

Escrito por Redação ,
Vacina chamada mRNA-4157 ou V940 começou a ser testada em humanos
Legenda: Vacina chamada mRNA-4157 ou V940 começou a ser testada em humanos
Foto: Agência Brasil

Uma vacina experimental de tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) foi projetada para prevenir a recorrência do câncer de pele melanoma e começou a ser testada em humanos. Entre os primeiros participantes do estudo está o músico britânico Steve Young, de 52 anos, que já teve um melanoma em estágio II. As informações são do jornal O Globo. 

"Assim que mencionaram esta tecnologia de mRNA que estava sendo usada para potencialmente combater o câncer, eu pensei, ‘parece fascinante’ e ainda sinto o mesmo. Estou muito, muito animado. Esta é minha melhor chance de parar o câncer", destacou Young. 

Ele se junta a mais de mil pessoas no mundo que integram o grupo voluntário do estudo, que está na fase 3 e apresenta resultados encorajadores do imunizante chamado mRNA-4157 ou V940.

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A vacina foi projetada para ser administrada em conjunto com o medicamento Keytruda (pembrolizumabe). No estudo, os voluntários receberão o remédio, mas eles e os médicos não saberão quem recebeu a dose verdadeira ou placebo.

Resultados anteriores mostraram que a combinação com o medicamento motivou uma redução de 44% na recorrência ou morte pelo câncer 18 meses após a remoção cirúrgica do melanoma. 

A University College London Hospitals NHS Foundation Trust está liderando a fase final dos testes da terapia. O imunizante é fruto de uma colaboração das empresas farmacêuticas Moderna e MSD.

A expectativa dos cientistas é que a vacina também possa ser utilizada para impedir o câncer de pulmão, bexiga e rim.

Tecnologia de RNA mensageiro

Vacinas do modelo mRNA atuam fornecendo instruções às células para que possam trabalhar na produção de proteínas específicas, como foi o caso em alguns tipos contra a covid-19. 

Com a mRNA-4157, o corpo é induzido a reagir a até 34 proteínas diferentes encontradas apenas nas células cancerosas, chamadas neoantígenos.

Desse modo, o sistema imune do paciente é preparado contra proteínas que são conhecidas por desempenharem um papel no seu câncer específico, enquanto o Keytruda aborda outra das defesas, ocorrendo uma abordagem dupla.

 
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