Quinto paciente é curado de HIV após transplante de medula óssea
O homem tinha leucemia e entrou em remissão do vírus após receber um transplante de medula de uma pessoa resistente ao vírus
O quinto caso de cura do HIV foi registrado no Hospital Universitário de Düsseldorf, na Alemanha. O estudo sobre o acompanhamento do paciente que entrou em remissão do vírus foi publicado na revista científica Nature Medicine nesta segunda-feira (20).
O homem, que ficou conhecido como "paciente de Düsseldorf" devido ao nome da cidade em que fica o hospital, estava com leucemia e recebeu um transplante de medula óssea de uma pessoa considerada resistente ao vírus do HIV.
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Ele recebeu o diagnóstico do câncer em 2011, seis meses após ter iniciado o tratamento para HIV. Em 2013, ele precisou passar pelo transplante de medula óssea devido ao avanço do tumor e os cientistas tiveram a ideia de buscar um doador resistente ao vírus.
Os outros casos registrados de remissão do vírus do HIV também ocorreram após transplantes de medula. "Desde o início, o objetivo do transplante era controlar tanto a leucemia quanto o vírus HIV", disse em comunicado o médico Guido Kobbe, que realizou o transplante, segundo informações do O Globo.
Resistência ao HIV
O doador escolhido para o transplante de medula tem uma mutação rara no CCR5, o receptor das células que o HIV utiliza para atacar o sistema imunológico.Essa alteração torna as pessoas resistentes à maioria das cepas do HIV, já que bloqueia o caminho da infecção e impede a replicação do vírus no organismo.
Apesar de o transplante de medula de pessoas com mutação no CCR5 ter tido eficácia na remissão de alguns pacientes, essa não é uma estratégia ideal para a cura do HIV. Isso porque o procedimento envolve uma série de riscos, sendo indicado apenas quando há uma doença que necessite do transplante, como é o caso do câncer.
"Embora o transplante usando doadores com uma mutação CCR5Δ32/Δ32 não seja um procedimento de baixo risco nem facilmente escalonável, sua relevância para estratégias de cura é destacada por relatos recentes de remissão bem-sucedida do HIV-1 a longo prazo (...) A expansão dessa abordagem para introduzir a mutação CCR5Δ32 em enxertos de células-tronco de tipo selvagem usando terapia gênica em combinação com novas estratégias de redução de reservatório pode manter a promessa de uma cura para o HIV-1 fora das malignidades hematológicas (como a leucemia) com risco de vida", explica o estudo.