Moderna começa testes para possível vacina contra varíola dos macacos
Apesar da doença já ser endêmica em partes da África Ocidental e Central, tem registrado novos casos na Europa e América do Norte
Após o surgimento de casos da varíola dos macacos em regiões não endêmicas no mundo, a farmacêutica estadunidense Moderna inciou testes pré-clínicos para produção de uma possível vacina contra a doença. As informações são do Uol.
O vírus já é endêmico em partes da África Ocidental e Central, porém, chegou em países da Europa e da América do Norte. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), 131 ocorrências já foram confirmadas fora da região endêmica e 106 casos seguem suspeitos nesta terça-feira (24).
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Os estudos pré-clínicos da vacina serão realizados em laboratórios com possibilidade de aplicação em animais. No entanto, ainda não será efetuado nenhum teste em humanos.
O primeiro rascunho da sequência do genoma do vírus já foi publicado por pesquisadores portugueses no site Virological.
OMS em alerta
A diretora da OMS para Preparação Global para Riscos Infecciosos, Sylvie Briand, compartilhou não ser possível definir se o pico de transmissão já passou ou se esses são os primeiros casos de um problema sanitário que ainda irá se agravar.
"Encorajamos todos vocês a aumentar a vigilância da varíola dos macacos para ver onde estão os níveis de transmissão e entender para onde estão indo".
A OMS ponderou que surto de varíola dos macacos não exigirá vacinações em massa fora da África. Para evitar o contágio nos países não endêmicos, é possível adotar medidas de boa higiene e de cuidados sexuais.
Porém, os Estados Unidos já anunciaram que planeja distribuir vacinas aos habitantes que tiveram contato com casos confirmados da doença. Até hoje, o país contabiliza um confirmado e outros quatro suspeitos.
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Como se transmite?
A doença não se espalha facilmente, mas a transmissão ocorre através do contato com animais ou com a pessoas infectadas. No caso dos seres humanos, estudos apontam que o vírus é transmitido quando há interação física com pessoas que ainda estejam apresentando sintomas (entre duas e quatro semanas).
Até o momento, não está claro se assintomáticos podem espalhar o vírus. De acordo com a OMS, a erupção cutânea, os fluidos corporais (pus ou sangue de lesões na pele) e as crostas são infecciosos. Por isso, é necessário evitar o compartilhamento dos seguintes itens com os infectados:
- Roupas;
- Roupas de cama;
- Toalhas;
- Objetos como utensílios/pratos.
Além disso, úlceras, lesões ou feridas na boca podem ser infecciosas, o que significa que a doença pode se espalhar pela saliva. As pessoas que interagem de perto com alguém que é infeccioso, incluindo profissionais de saúde, membros da família e parceiros sexuais, correm maior risco de infecção.
O vírus também pode se espalhar de uma pessoa grávida para o feto ou de um pai infectado para o filho durante ou após o nascimento por meio do contato de pele.