Arroz branco faz mal? Pesquisa de Harvard detona cereal, mas nutricionista dá dicas de consumo

Especialista explica como manter a resposta glicêmica estável mesmo incluindo o alimento nas refeições diárias

Escrito por Redação ,
Arroz
Legenda: Arroz branco pode aumentar o nível de açúcar no sangue
Foto: Shutterstock

Pesquisa publicada pela Universidade de Harvard, nos EUA, uma das mais prestigiadas no mundo, aponta que o arroz branco traz consigo um enorme teor de carboidrato, o que contribui significativamente para a elevação rápida de açúcar no sangue. 

O artigo frisa a alta concentração do índice glicêmico (IG) do cereal. O IG é uma medida usada como base, onde se classificam os efeitos do alimento sobre o aumento da glicose no sangue. 

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Segundo o estudo, uma porção de arroz branco tem praticamente o mesmo impacto que consumir açúcar de mesa puro. Causa um aumento rápido e alto no açúcar no sangue.

A nutricionista Gládina Lopes explica que o arroz branco passa por um refinamento, que retira a casca do produto e o deixa sem as fibras, vitaminas e minerais. "Isso vai facilitar que o alinhamento seja digerido rapidamente, levando ao aumento dos níveis de glicose, em comparação com o arroz integral, por exemplo", diz.

Devo parar de comer? 

A pesquisa de Harvard delimita que cada 100 gramas de arroz branco contém cerca de 28,2 gramas de carboidratos

Entretanto, o cereal é uma fonte rápida de energia para o nosso corpo, além de ser rico em vitaminas do complexo B e E, e potássio. Por ser um produto sem glúten, é também um aliado para pessoas portadoras da doença celíaca. 

Sendo assim, é possível consumir arroz branco de maneira mais segura? A nutricionista reitera que sim: "A associação do arroz com fibras (legumes e verduras), refogado com grãos (linhaça, chia ou gergelim) ou associado a proteínas, feijão etc. além de trazer mais saciedade, ajuda a manter a resposta glicêmica estável". 

Para manter os níveis glicêmicos controlados, a melhor opção, de acordo com Gládina Lopes, é substituir o arroz branco pelo integral. "É um opção nutritiva devida a manutenção das fibras, que fazem com o índice glicêmico do alimento fique mais baixo, mantendo assim as vitaminas do complexo B, os minerais e os antioxidantes", destaca.

Outra opção é o arroz parboilizado. "Esse passa por um cozimento com a casca, antes do beneficiamento esse processo mantém os nutrientes do arroz", orienta a especialista.

Arroz e feijão
Legenda: Arroz e feijão é uma combinação típica brasileira
Foto: Shutterstock

Qual a quantidade adequada? 

As quantidades diárias do consumo de arroz dependem das quantidades diárias de calorias de cada indivíduo. "Levando em consideração a Taxa Metabólica Basal (TMB), o gerenciamento de peso, se a dieta será associada à atividade física, além de fatores individuais (doenças metabólicas ou diabetes, por exemplo)", complementa a nutricionista. 

"Tudo isso deve ser levado em consideração com o objetivo da manutenção da saúde. Mas, numa dieta para um indivíduo saudável e eutrófico, a porção varia de meia a uma xícara", finaliza. 

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