Alopecia: sintomas, prevenção e tratamento

Literatura médica aponta pelo menos setes tipos recorrentes da doença

Escrito por Redação ,
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema atinge metade dos homens com até 50 anos.
Legenda: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema atinge metade dos homens com até 50 anos.
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A alopecia é a perda de cabelo em áreas em que normalmente ele deveria crescer. É um problema que acomete homens e mulheres, podendo ser causado por influências genéticas, processos inflamatórios locais ou doenças sistêmicas.

Com base em informações da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde e da médica dermatologista Hercilia Queiroz — Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) do Ceará — respondemos perguntas frequentes de internautas sobre o assunto: 

Quais os tipos de alopecia?

A literatura médica aponta pelo menos setes tipos recorrentes de alopecia como areata, traumática, total, entre outras. As duas mais comuns são:

Androgenética é uma forma de queda de cabelos geneticamente determinada. Homens e mulheres podem ser acometidos pelo problema, que apesar de se iniciar na adolescência, só é aparente após algum tempo, por volta dos 40 ou 50 anos. Apesar do termo “andro” se referir ao hormônio masculino, na maioria das vezes os níveis hormonais se mostram normais nos exames de sangue. A doença se desenvolve desde a adolescência, quando o estímulo hormonal aparece e faz com que, em cada ciclo do cabelo, os fios venham progressivamente mais finos.

Alopecia areata é conhecida popularmente como “pelada”, é uma condição caracterizada por perda de cabelo ou de pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou em outras partes do corpo (cílios, sobrancelhas e barba, por exemplo). Acomete de 1% a 2% da população, afeta ambos os sexos, todas as etnias e pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos seus portadores tenham menos de 20 anos.

Quais os sintomas da alopecia?

A queixa mais frequente na alopecia androgenética é a de afinamento dos fios. Os cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto. Nas mulheres, a região central é mais acometida, pode haver associação com irregularidade menstrual, acne, obesidade e aumento de pelos no corpo. Porém, em geral, são sintomas discretos. Nos homens, as áreas mais abertas são a coroa e a região frontal (entradas).

A alopecia areata não possui nenhum outro sintoma além da perda brusca de cabelos, com áreas arredondadas, únicas ou múltiplas, sem demais alterações. A pele é lisa e brilhante e os pelos ao redor da placa saem facilmente se forem puxados. Os cabelos, quando renascem, podem ser brancos, adquirindo posteriormente sua coloração normal. A forma mais comum é uma placa única, arredondada, que ocorre geralmente no couro cabeludo e barba, conhecida popularmente como pelada. Outras doenças autoimunes podem acontecer em alguns pacientes, como vitiligo, problemas da tireoide e lúpus eritematoso, por exemplo. Portanto, muitas vezes se faz necessária a reavaliação de exames de sangue. O principal dano aos pacientes é mesmo o psicológico. A interferência na rotina diária nos casos mais extensos pode prejudicar a qualidade de vida.

Homens e mulheres possuem tratamentos diferentes por questões hormonais
Legenda: Homens e mulheres possuem tratamentos diferentes por questões hormonais
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Como é feito o diagnóstico de alopecia?

O diagnóstico pode ser feito pela simples aparência das áreas sem cabelo. Em certos casos, há necessidade de fazer biópsia da pele afetada para afastar outras possíveis causas de alopecia.

Alopecia tem tratamento?

Com exceção à queda de cabelos de causa hereditária, nos outros casos, ela pode ser evitada ou retardada, se forem afastados os fatores de risco e introduzidos alguns medicamentos. Porém, há casos em que só o implante de cabelos pode representar uma solução estética para a calvície.

Diversos tratamentos estão disponíveis para a alopecia areata. Segundo o Ministério da Saúde, medicamentos tópicos como minoxidil, corticoides e antralina podem ser associados a tratamentos mais agressivos como sensibilizantes (difenciprona) ou metotrexate. Corticóides injetáveis podem ser usados em áreas bem delimitadas do couro cabeludo ou do corpo. A opção deve ser realizada pelo dermatologista em conjunto com o paciente. Os tratamentos visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. Eles estimulam o folículo a produzir cabelo novamente, e precisam continuar até que a doença desapareça. Atenção: Evitar a “automedicação”. Somente um médico dermatologista pode prescrever a opção mais adequada.

Existe diferença entre o tratamento do homem para mulher?

A médica dermatologista Hercilia Queiroz afirma que existem diferentes abordagens para cada paciente. "Geralmente, para homem é vinculado medicamento orais, associados a medicamentos tópicos. Quando o tratamento é em mulher é preciso investigar também a influência hormonal. A medicação, para alguns casos, pode ser antiandrógenos orais. Tudo difere para cada paciente", aponta a especialista.

Recomendações

O Ministério da Saúde informa em site que para quem apresentar sintomas não usar produtos "milagrosos" nem medicamentos por conta própria - pode haver efeitos adversos sérios. O correto é procurar um dermatologista ao notar que:

  • os cabelos estão caindo mais depressa e em maior quantidade nos últimos meses, ou caem em tufos;
  • o couro cabeludo está vermelho, coça muito ou arde;
  • a oleosidade está muito acima do normal;
  • os sinais de caspa aparecem nas roupas e nos fios.

 

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