Sexto preso por morte de motorista de app seria um dos responsáveis por atirar na vítima
Paulo Gomes do Santos Caetano foi preso neste sábado em Caridade, no interior do Ceará. Ao todo, seis pessoas foram presas por envolvimento na morte de Alexandre Hadlich Fernandes, cujo corpo foi encontrado na quarta-feira (12) em uma área de matagal entre Aquiraz e Itaitinga
O sexto homem preso pela morte do motorista de aplicativo Alexandre Hadlich Fernandes, de 32 anos, teria sido um dos responsáveis pelos tiros e pela ocultação do corpo da vítima no KM 30 da BR-116, entre Itaitinga e Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. A prisão aconteceu na noite deste sábado (15), em Caridade, a 92 km de Fortaleza.
Alexandre foi morto no dia 10 de agosto, enquanto trabalhava com aplicativos de transporte. A confirmação do assassinato ocorreu dois dias depois, quando o corpo foi encontrado com as mãos amarradas em uma área de matagal.
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Paulo Gomes dos Santos Caetano, conhecido como "Osório", foi encontrado pela polícia na casa de parentes, para onde teria fugido com o objetivo de se esconder das investigações. Outros cinco suspeitos de envolvimento no crime foram capturados entre quinta e sexta-feira (13 e 14).
O último detido confessou que estava na cena do crime e confirmou o que os outros suspeitos já haviam adiantado a respeito do latrocínio. Segundo ele, o grupo utilizou um aplicativo de transporte de passageiros para atrair o motorista e roubar o veículo, que seria levado para desmanche.
No momento do crime, Paulo, Luan Vitor Araújo Silva (22) e Lucas Monteiro de Freitas (21), conhecido como "Playboy", chegaram ao local no veículo VW Fox apreendido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Lucas teria permanecido no veículo, enquanto Paulo e Luan foram os responsáveis pela abordagem, pelos disparos contra Alexandre e pela ocultação do cadáver.
Além dos três suspeitos, também foram capturados Helry Monteiro Araújo (37) e Bruno Alisson Sousa (24), que fariam parte de um grupo criminoso voltado para o roubo de carros e posterior venda de peças dos automóveis. Vinícius Mahon Paiva (26), também preso pelo DHPP, seria uma das pessoas que compravam e revendiam os produtos do roubo em uma loja na capital.
As investigações apontam que o grupo já atuava há, pelo menos, cinco meses. Outras 14 vítimas dos roubos já foram identificadas.
Buscas por Alexandre
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, Alexandre foi encontrado por uma senhora em um matagal, às margens da BR-116. Logo em seguida ela acionou a polícia. O Corpo de Bombeiros foi chamado para auxiliar na remoção do corpo.
O último contato de Alexandre com a esposa foi por volta das 18h30 de segunda-feira (10). Como costumava fazer, ele avisou a Bianca onde estava e disse que voltaria para casa em vinte minutos, o que não aconteceu.
Manifestação da categoria
Motoristas de aplicativo organizaram um protesto na tarde desta quinta-feira (13) para reivindicar por mais segurança no serviço de transporte de passageiros. Em carreata, eles saíram das proximidades da Arena Castelão, em Fortaleza, por volta das 15h, com destino ao Palácio da Abolição, no bairro Meireles.
Somente este ano, em Fortaleza e na Região Metropolitana, 11 motoristas de aplicativo foram mortos enquanto trabalhavam, segundo a Associação de Motoristas de Aplicativo (Amap).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, uma comissão com sete representantes de motoristas por aplicativos foi recebida pela coordenadora de Planejamento Operacional da SSPDS, delegada Adriana Arruda, na noite desta quinta-feira (13).
Em nota, a Pasta também informou que os profissionais de segurança já haviam intensificado as abordagens aos veículos que são identificados como oriundos de aplicativo e que estejam transportando pessoas. "A pasta ressalta que a medida funciona como uma ação preventiva para que os profissionais sigam seus trajetos de forma segura."
Em nota, a 99 informou que lamenta a morte do motorista de aplicativo Alexandre Fernandes "e esclarece que o condutor não estava em corrida pelo aplicativo no momento da ocorrência".
A Uber, empresa em que Alexandre também possuía cadastro, lamentou a morte do motorista. "Compartilhamos nossos sentimentos de mais profundo pesar com a família do Alexandre neste momento de dor."
A Uber também informou que Alexandre atuava como motorista parceiro, mas ao que tudo indica pelas informações obtidas, não estava usando a plataforma no momento do crime.
A InDriver, onde Alexandre também possuía cadastro, lamentou a morte do colaborador e informou que a filosofia de serviço da empresa coloca a segurança de todos os usuários em primeiro lugar, tanto passageiros quanto motoristas. "Na inDriver, condenamos qualquer tipo de violência. Reiteramos ainda nosso compromisso de colaborar com as autoridades, e dar suporte à família. O inDriver busca cotidianamente os melhores e mais modernos formatos de segurança para seus usuários, sejam motoristas ou passageiros".