Seis presos executados em Bangu 1
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Redação
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POLICIAIS MILITARES e civis foram mobilizados para tentar conter a rebelião na qual os traficantes ‘Celsinho da Vila Vintém’ e ‘Orelha’, além de outros quatro, foram mortos
Foto:
Agência Estado
Rio (RJ) - Integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) promoveram ontem uma rebelião no presídio de segurança máxima Bangu 1, onde estão os criminosos mais perigosos do RJ. De acordo com informações de presos do Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, foram mortos seis presos da facção rival Terceiro Comando (TC). A Secretaria de Segurança não confirma o número, ou a identidade dos mortos.
De acordo com a Secretaria, o levante foi comandado pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o ‘Fernandinho Beira Mar’, Marco Antônio Pereira da Silva, o ‘My Thor’, e Márcio Silva Macedo, o ‘Gigante’. Oito pessoas foram tomadas como reféns, quatro agentes penitenciários e quatro operários que trabalhavam no local. No fim da tarde, a governadora Benedita da Silva determinou a invasão do presídio pela Polícia Militar (ver box ao lado).
MORTOS - Até a noite de ontem, as informações extra-oficiais eram de que morreram Ernaldo Pinto Medeiros, o ‘Uê’; Carlos Roberto Cabral da Silva, o ‘Robertinho do Adeus’; Vanderlei Soares, o ‘Orelha’ (cunhado de ‘Uê’); Marcelo Lucas da Silva, o ‘Café do Andaraí’; ‘Eupídio Robô’, e Celso Luís Rodrigues, o ‘Celsinho da Vila Vintém’. Todos integrantes do TC.
Segundo um policial militar que participou do cerco à penitenciária, o corpo de ‘Uê’ foi queimado. O filho do traficante, D.M., 16 anos, prometeu vingança. “O que aconteceu lá dentro vai acontecer aqui fora, é um reflexo. Vai morrer muita gente do lado de fora de Bangu”, disse o rapaz à reportagem. A rebelião começou às 8h30min, quando o bando liderado por ‘Beira Mar’ dominou dois agentes do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe) que faziam a contagem dos presos. Os rebelados pegaram as chaves da galeria e os tomaram como reféns. Em seguida, outras seis pessoas - dois agentes do Desipe e quatro operários que faziam uma obra na prisão - foram feitas reféns.
Os integrantes do CV conseguiram pegar dois revólveres calibre 38 e uma escopeta que ficam em um depósito no presídio, para o uso dos agentes em caso de emergência. Eles já teriam duas pistolas e uma bomba de fabricação caseira. O presídio tem capacidade para 48 pessoas e é dividido em quatro galerias, com 12 vagas em cada uma. Estavam lá 46 presos no início da rebelião. Duas alas são ocupadas por integrantes do CV, uma por integrantes do TC e do ADA (Amigos dos Amigos - aliada ao TC), e a última abriga condenados considerados ‘neutros’ - que não pertencem a nenhuma organização. Eles foram retirados pouco depois do início do conflito.
Um grupo do TC, desesperado, teria conseguido derrubar um muro interno para escapar da chacina e fugido para o pátio. Foram transferidos para outra unidade. Com 300 homens, a Polícia Militar cercou o presídio, não invadiu e começou a negociar. Os rebelados não se intimidaram e colocaram uma bandeira vermelha de cerca de três metros de comprimento em uma das guaritas uma referência ao Comando Vermelho.
PÂNICO - Enquanto isso, os reféns estariam sendo mantidos presos a grades, cercados de bombas caseiras. Para libertar os reféns, os presos reivindicaram tratamento digno - “sem esculacho” - pela PM e que os líderes da rebelião não fossem transferidos para outros Estados. A Secretaria de Segurança concordou com a primeira condição, mas informou que a segunda é tida como “inaceitável”.
Ao saber do início da rebelião - por volta das nove horas, quando participava da apresentação de um patinete que será usado no patrulhamento da orla de Copacabana - o secretário de Segurança, Roberto Aguiar, disse que controlar o incidente seria fácil. “São só 46 pessoas. É muito fácil dominar aquilo lá. A gente invade na hora que quiser”, afirmou. Até o fechamento desta edição, entretanto, a Polícia não havia invadido nem decidido que unidade entraria em Bangu 1. Agentes da penitenciária estão sendo investigados, pois há suspeitas de que teriam facilitado a entrada de armas e o começo da rebelião. Doze funcionários do Desipe foram convocados a depor na Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). Alguns repórteres foram agredidos por parentes dos presos.
De acordo com a Secretaria, o levante foi comandado pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o ‘Fernandinho Beira Mar’, Marco Antônio Pereira da Silva, o ‘My Thor’, e Márcio Silva Macedo, o ‘Gigante’. Oito pessoas foram tomadas como reféns, quatro agentes penitenciários e quatro operários que trabalhavam no local. No fim da tarde, a governadora Benedita da Silva determinou a invasão do presídio pela Polícia Militar (ver box ao lado).
MORTOS - Até a noite de ontem, as informações extra-oficiais eram de que morreram Ernaldo Pinto Medeiros, o ‘Uê’; Carlos Roberto Cabral da Silva, o ‘Robertinho do Adeus’; Vanderlei Soares, o ‘Orelha’ (cunhado de ‘Uê’); Marcelo Lucas da Silva, o ‘Café do Andaraí’; ‘Eupídio Robô’, e Celso Luís Rodrigues, o ‘Celsinho da Vila Vintém’. Todos integrantes do TC.
Segundo um policial militar que participou do cerco à penitenciária, o corpo de ‘Uê’ foi queimado. O filho do traficante, D.M., 16 anos, prometeu vingança. “O que aconteceu lá dentro vai acontecer aqui fora, é um reflexo. Vai morrer muita gente do lado de fora de Bangu”, disse o rapaz à reportagem. A rebelião começou às 8h30min, quando o bando liderado por ‘Beira Mar’ dominou dois agentes do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe) que faziam a contagem dos presos. Os rebelados pegaram as chaves da galeria e os tomaram como reféns. Em seguida, outras seis pessoas - dois agentes do Desipe e quatro operários que faziam uma obra na prisão - foram feitas reféns.
Os integrantes do CV conseguiram pegar dois revólveres calibre 38 e uma escopeta que ficam em um depósito no presídio, para o uso dos agentes em caso de emergência. Eles já teriam duas pistolas e uma bomba de fabricação caseira. O presídio tem capacidade para 48 pessoas e é dividido em quatro galerias, com 12 vagas em cada uma. Estavam lá 46 presos no início da rebelião. Duas alas são ocupadas por integrantes do CV, uma por integrantes do TC e do ADA (Amigos dos Amigos - aliada ao TC), e a última abriga condenados considerados ‘neutros’ - que não pertencem a nenhuma organização. Eles foram retirados pouco depois do início do conflito.
Um grupo do TC, desesperado, teria conseguido derrubar um muro interno para escapar da chacina e fugido para o pátio. Foram transferidos para outra unidade. Com 300 homens, a Polícia Militar cercou o presídio, não invadiu e começou a negociar. Os rebelados não se intimidaram e colocaram uma bandeira vermelha de cerca de três metros de comprimento em uma das guaritas uma referência ao Comando Vermelho.
PÂNICO - Enquanto isso, os reféns estariam sendo mantidos presos a grades, cercados de bombas caseiras. Para libertar os reféns, os presos reivindicaram tratamento digno - “sem esculacho” - pela PM e que os líderes da rebelião não fossem transferidos para outros Estados. A Secretaria de Segurança concordou com a primeira condição, mas informou que a segunda é tida como “inaceitável”.
Ao saber do início da rebelião - por volta das nove horas, quando participava da apresentação de um patinete que será usado no patrulhamento da orla de Copacabana - o secretário de Segurança, Roberto Aguiar, disse que controlar o incidente seria fácil. “São só 46 pessoas. É muito fácil dominar aquilo lá. A gente invade na hora que quiser”, afirmou. Até o fechamento desta edição, entretanto, a Polícia não havia invadido nem decidido que unidade entraria em Bangu 1. Agentes da penitenciária estão sendo investigados, pois há suspeitas de que teriam facilitado a entrada de armas e o começo da rebelião. Doze funcionários do Desipe foram convocados a depor na Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). Alguns repórteres foram agredidos por parentes dos presos.