Quem é a liderança do PCC no Ceará alvo de operação que tem empresa no ramo de festas e buffets

'Simpson' mantinha contato direto com Marcola e ordenava execuções pelo WhatsApp, conforme a investigação do MPCE

Escrito por
Emanoela Campelo de Melo emanoela.campelo@svm.com.br
(Atualizado às 07:09)
mpce
Legenda: James já foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por integrar organização criminosa e a acusação aceita na Justiça cearense.
Foto: Divulgação

Um dos membros da cúpula da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no Ceará foi preso novamente. James Machado Cordeiro, o 'Simpson' é empresário e atua no ramo de festas e buffet. Por trás deste CNPJ, conforme a investigação do Ministério Público do Ceará (MPCE), ele tem função de 'Geral das Ruas' dentro da organização criminosa e contato direto com os interlocutores de Marcos Willians Herbas Camacho, o 'Marcola'.

'Simpson' foi alvo da operação 'Springfield' deflagrada na última semana. Conforme o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), o investigado foi capturado no Jardim Guanabara e na casa dele também funcionava uma empresa de tecelagem.  A reportagem não conseguiu localizar a defesa do acusado.

"Nessa empresa de festas e buffet ele gerenciava uma série de garçons, que pessoas contratavam por meio da empresa dele. Houve apreensão do celular e vamos investigar se essas empresas eram usadas para lavagem de dinheiro", disse um promotor do Gaeco à reportagem. 

"Ele era a pessoa responsável por controlar e manter cadastro de membros da facção que estão fora do sistema prisional. Criou um grupo de WhatsApp e através dele combinava para recolher dinheiro do tráfico das biqueiras, dava ordem para execução de desafetos. É uma pessoa extremamente importante dentro da facção, abaixo do sintonia geral do Ceará e com contato direto com a cúpula do PCC, com o Marcola, na linha de frente"
Promotor do Gaeco

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MANDADO DE PRISÃO

O Diário do Nordeste teve acesso ao mandado de prisão preventiva cumprido contra o investigado. James já foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por integrar organização criminosa e a acusação aceita na Justiça cearense. 

A reportagem não localizou a defesa do investigado.

James tinha sido preso anteriormente em 2018, mas solto em 2022, quando os juízes da Vara de Delitos de Organizações Criminosas consideraram o excesso de prazo da prisão dele e de outros oito membros do PCC.

No último dia 26 de setembro, o Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou a operação, na qual também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e três suspeitos de chefiar a facção.

"A operação foi baseada em investigação feita a partir da extração e análise de dados de aparelhos celulares apreendidos em agosto de 2018 na Unidade Prisional Professor José Jucá Neto, em Itaitinga. O MP constatou que dois dos celulares apreendidos continham informações relevantes sobre lideranças e estratégias de uma facção criminosa armada, que realiza tráfico de drogas no estado. Os alvos da operação já foram denunciados à Justiça"
MPCE

A Operação Springfield foi executada pelo Gaeco

PRISÃO ANTERIOR

Em 2018, 220 membros da facção paulista foram identificados a partir da prisão de James Machado Cordeiro e da extração de dados do aparelho celular dele.

Na época, a reportagem noticiou que muitos conheciam James Machado como dono da empresa James Eventos e Produções. Em depoimento, ele confirmou que detém o negócio e que a família depende financeiramente dele. 

Em relatório, os delegados da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) afirmaram que o suspeito "passa despercebido inserido na sociedade como se fosse um microempresário no ramo de festas e bufê, porém é sabido que sua atividade principal é cuidar dos assuntos de interesse da empresa crime, o PCC".

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