Acusado de matar DJ e segurança em festa de reggae em Fortaleza não vai a julgamento, decide Justiça

O duplo homicídio aconteceu em uma casa de shows, em abril de 2022. O juiz também decidiu revogar o mandado de prisão preventiva contra o réu, que estava foragido

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O DJ Thiago Poeta e o segurança conhecido como 'Catita' foram assassinados a tiros, enquanto trabalhavam em uma casa de shows em Fortaleza
Legenda: O DJ Thiago Poeta e o segurança conhecido como 'Catita' foram assassinados a tiros, enquanto trabalhavam em uma casa de shows em Fortaleza
Foto: Reprodução

A Justiça Estadual decidiu que um acusado de matar a tiros um DJ e um segurança, em uma festa de reggae, no Centro de Fortaleza, não deve ir a júri popular, em decisão datada da última terça-feira (3). O duplo homicídio aconteceu em abril de 2022. 

Conforme a decisão da 2ª Vara do Júri de Fortaleza, não há provas suficientes para pronunciar (isto é, levar a julgamento) o acusado Carlos Alberto Romcy Israel, de 38 anos, pelos assassinatos de Thiago Maurício Sá Pereira, conhecido como DJ Thiago Poeta, e o segurança Robervânio Alves Silva, mortos aos 36 e 34 anos, respectivamente.

O juiz Antonio Josimar Almeida Alves também decidiu revogar o mandado de prisão preventiva contra Carlos Alberto, que seguia em aberto. O réu se encontrava foragido, pois não tinha sido localizado pela Polícia.

Não há indícios suficientes que o réu praticou ou concorreu para prática do delitos contra a vida descritos na denúncia, haja vista a fragilidade da prova obtida por ocasião das investigações e do contraditório judicial, retirando-se o requisito dos 'indícios suficientes de autoria', necessária a manutenção da segregação cautelar, devendo, portanto, ser posto em liberdade."
Antonio Josimar Almeida Alves
Juiz de Direito, em decisão

A defesa de Carlos Alberto Romcy Israel, representada pelo advogado Kaio Castro, emitiu nota em que informa que "celebra o resultado e não ficou surpresa com a impronúncia. O processo foi baseado somente em testemunhas de 'ouvir dizer', não tendo provas mínimas para continuidade da persecução penal".

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O que dizia a acusação

O Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu à Justiça para o réu ser levado a júri popular por duplo homicídio qualificado: pelas qualificadoras de motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima em relação a Thiago Maurício; e por recurso que dificultou a defesa da vítima em relação a Robervânio Silva.

Segundo a denúncia do MPCE, Carlos Alberto Romcy Israel, conhecido como 'Carioca', invadiu uma casa de shows, localizada na Rua José Avelino, bairro Centro, em Fortaleza, e efetuou vários disparos para matar o DJ Thiago Poeta, que se apresentava em uma festa de reggae, na noite de 20 de abril de 2022.

Robervânio Silva, conhecido como 'Catita', que trabalhava junto de Thiago como assistente e segurança, tentou proteger o amigo e também foi atingido pelos tiros. A dupla ainda foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O criminoso fugiu com a ajuda de pessoas não identificadas, que utilizavam um carro e uma motocicleta.

A investigação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) apontou que Thiago Poeta também era vendedor de drogas sintéticas e que 'Carioca' era um cliente dele e estava devendo dinheiro para o DJ. Thiago foi preso pela Polícia em dezembro de 2014, por suspeita de tráfico interestadual.

Quatro dias antes do crime, Thiago e 'Carioca' teriam tido uma discussão, nas proximidades da casa de shows onde viria a ser registrado o tiroteio. No dia 18 de abril daquele ano (dois dias antes do crime), o acusado teria entrado na casa de shows na posse de uma arma de fogo e procurando por Thiago e Robervânio, mas foi embora em seguida.

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