Polícia prende suspeito de assassinar coroinha na Barra do Ceará
Jefferson Brito Teixeira foi morto no cruzamento da Travessa Pedro com Rua São Pedro. Suspeito foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
Policiais da Força Tática do 20º Batalhão da Polícia Militar prenderam, no fim da manhã desta sexta-feira (21), o suspeito de assassinar o coroinha Jefferson Brito Teixeira, de 14 anos, no bairro Barra do Ceará. A prisão foi confirmada pela Polícia Militar. O suspeito foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com a polícia, o suspeito de 18 anos, estava em uma barraca de praia no Vila do Mar, na Barra do Ceará. Polícia afirmou que agentes de segurança receberam a informação de que o suspeito estava na praia e foram até o local.
Ainda segundo a polícia, o suspeito tentou fugir, mas os policiais conseguiram prendê-lo. O suspeito confessou que espancou Jefferson, mas disse que não que atirou. Segundo a polícia, o suspeito tem antecedentes criminais por associação criminosa e já foi preso na época dos ataques ao patrimônio público em 2019 por esconder dinamites.
Coroinha na paróquia São Pedro
Jefferson era coroinha da Paróquia São Pedro e foi morto a tiros e pedradas, no fim da tarde da última terça-feira (18).
A Paróquia São Pedro, onde a vítima frequentava, lamentou a morte do jovem por meio de suas redes sociais. “Com muito pesar, a Paróquia São Pedro comunica o falecimento do jovem de 14 anos, Jefferson Brito Teixeira, coroinha da Matriz. Fez sua Páscoa hoje, 18 de agosto de 2020, por volta das 18 horas, vítima da violência que atinge a Barra do Ceará. Oremos pela família, para que Deus possa confortar e acalentar neste difícil momento”.
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O Frei João Antônio Flores, pároco da paróquia de São Pedro, disse para o Sistema Verdes Mares que Jefferson era muito dedicado e sempre pronto para ajudar a comunidade. "Ele era um menino dedicado, esforçado e sempre pronto para servir a igreja. Chegava sempre cedo até mesmo antes do padre e preparava tudo inclusive quando havia festa na outra comunidade daqui da paróquia e ele estava sempre lá para ajudar e sempre disponível", afirmou.
Lesões pelo corpo
A Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) informou por meio de nota que o jovem foi encontrado com lesões decorrentes de objeto contundente e disparos de arma de fogo. Um inquérito policial foi instaurado. A 8° Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está a cargo das investigações.
Relato de testemunhas
O frei relatou ainda que, a paróquia recebeu informações de que, a vítima teria ido para uma aula de capoeira e que a mesma teria sido cancelada. Na volta para casa, o jovem teria entrado em uma rua, quando foi abordado pelos suspeitos. O pároco relata ainda que, segundo testemunhas, ele foi espancado, apedrejado e teria recebido um tiro.
“Tudo indica que segundo as notícias que nós temos daqui da paróquia é que o Jefferson teria ido para um encontro de capoeira. E esse encontro parece que foi cancelado. E por volta das 18 horas ele voltava para casa dele. Aí ele entrou numa rua e foi arrodeado, houve discussão e ele foi espancado, apedrejado e segundo testemunhas ele teria recebido um tiro, mas isso eu não posso confirmar”.
Briga de facções na região
De acordo com um funcionário da paróquia que preferiu não se identificar ele não tinha envolvimento com crimes. “Ele não tinha envolvimento com crimes. Frequentava nossa paróquia há muito tempo. Soube da notícia na noite de ontem [terça-feira] por meio do grupo e das redes sociais da paróquia. Um acontecimento triste para nossa comunidade. Todos estamos chocados”, disse.
Ainda segundo o funcionário, infelizmente o bairro vive sob o controle de facções criminosas. Ele relata que os moradores, mesmo sem envolvimento com crimes, podem atravessar algumas ruas, com medo de serem confundidos com criminosos.
“Aqui hoje o bairro é dividido por facções. Aqui na paróquia é uma região comandada por uma facção. Aqui pertinho, apenas duas quadras já é de outra. Aí fica a confusão. Não podemos nem atravessar a rua e não conseguimos realizar nosso trabalho de maneira perfeita por conta da violência”, desabafou.