Operação contra policiais do 'consórcio do crime' cumpre 32 mandados em Fortaleza e Caucaia

Segunda fase da Operação Gênesis apura esquema criminoso de extorsão e revenda de materiais apreendidos que movimentou R$ 2 milhões em sete meses.

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(Atualizado às 10:15)
Legenda: Os suspeitos são ligados a organizações criminosas, responsáveis pelo tráfico de drogas e armas, assaltos e homicídios na capital cearense e região metropolitana
Foto: MPCE

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (16), a segunda fase da Operação Gênesis. A operação visa cumprir 16 mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão em Fortaleza e em Caucaia. Entre os alvos estão três policiais militares e três policiais civis da ativa, nove suspeitos de tráfico de drogas e um ex-policial militar. 

Os policiais e ex-agentes de segurança segundo as investigações agiam com o apoio dos demais criminosos. O MPCE afirmou que o grupo praticava a extorsão e a revenda de materiais apreendidos, inclusive drogas e armas, em espécie de consórcio do crime, movimentando R$ 2 milhões em apenas sete meses.

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De acordo com o MPCE, o grupo é ainda suspeito de diversos crimes, como extorsão, tráfico de drogas, comércio ilegal de arma de fogo, organização criminosa, entre outros.

Abordagens a traficantes de drogas

O promotor de Justiça Adriano Saraiva, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), explica que os agentes primeiramente se reuniam com os informantes que escolhiam na maioria das vezes um traficante com alto poder aquisitivo.  

“O esquema na verdade funcionava da seguinte forma. Os policiais militares e policiais civis se reuniam com os informantes. E esses informantes escolhiam um alvo. Geralmente era traficante de poder aquisitivo. E esse informante escolhia esse traficante e era feita uma simulação de uma compra de droga”, explica. 

Ainda segundo Adriano, após combinar o preço da droga, os agentes abordavam o traficante. “Neste momento, o traficante era abordado e era feita a extorsão. Era feita a promessa de que ele não seria preso que não seria instaurado nenhum procedimento, mas desde que ele oferecesse a vantagem devida”, disse. 

"Oferecida essa vantagem devida, os policiais além de receber esse dinheiro, eles também apreendiam a drogas os materiais ilícitos, armas e revendiam esse material. Ficou constatado uma movimentação em menos de sete meses de mais de R$ 2 milhões com relação a essa revenda desses materiais ilícitos apreendidos com esses traficantes”, completou.

Identificação dos suspeitos

A investigação teve início no fim de 2016. Na primeira fase da Operação Gênesis, os agentes públicos de segurança que integravam a organização criminosa investigada agiam no exercício de suas funções e se utilizavam do aparato estatal para cometer ilícitos. Durante a investigação, no primeiro semestre de 2017, entre os meses de abril e agosto, foi possível identificar outros crimes envolvendo agentes da segurança pública com traficantes.

A organização criminosa desarticulada nesta segunda fase da operação agia igual ao grupo denunciado na primeira fase, formada por policiais e seus informantes.

A operação conta com o apoio da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social; do Departamento Técnico Operacional (DTO) da Polícia Civil; da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD); da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e do Comando da Polícia Militar. 

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