Justiça nega pedido de suspensão do julgamento do empresário acusado de matar esposa e filha

Defesa alegou que a Comarca de Paracuru não teria condições de realizar um julgamento desse porte

Escrito por Redação ,
Legenda: Tribunal do Júri ocorre na Câmara Municipal de Paracuru, cidade onde os crimes ocorreram em 2015.
Foto: Fabiane de Paula

O Juízo da Comarca de Paracuru decidiu manter o julgamento do empresário Marcelo Barberena, acusado de assassinar a esposa e a filha em 2015, após pedido de suspensão apresentado pela defesa. A juíza Bruna dos Santos Costa Rodrigues negou ainda o desaforamento do julgamento para outra comarca.

No início da sessão, a defesa de Marcelo Barberena havia solicitado a suspensão do julgamento do empresário e o desaforamento do processo para comarca próxima. Entre as alegações, sustentou que a Comarca de Paracuru não tem condições de realizar um julgamento desse porte porque é pequena e porque os habitantes conhecem a família das vítimas Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes e Jade Pessoa de Carvalho Moraes.

Alegou ainda que há uma animosidade pública próxima ao prédio, já que familiares e amigos das vítimas protestam na frente da Câmara Municipal, onde ocorre o julgamento, pedindo por Justiça e incentivando denúncias sobre violência contra a mulher.

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) pediu improcedência de todos os argumentos da defesa.

A juíza Bruna dos Santos Costa Rodrigues também não acatou ao pedido de publicidade apresentado pela defesa, solicitando transmissão ao vivo da sessão, e recusou o pedido de suspeição dela própria. Segundo a defesa, ela seria impedida de coordenar a tarefa por ter aceitado a qualificadora de motivo torpe. 

No entanto, a magistrada argumentou que a defesa quer impedir a realização do julgamento hoje, mas que ele está mantido.

Relembre o caso

Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes e a bebê Jade Pessoa de Carvalho Moraes foram encontradas mortas em uma casa de veraneio, em Paracuru, no dia 23 de agosto de 2015. Marcelo foi denunciado como autor do duplo assassinato triplamente qualificado, com motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. 

Consta na denúncia ofertada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) que, após discussão do casal Marcelo e Adriana, o acusado efetuou disparos contra a esposa e, em seguida, atirou na filha que estava dormindo. Na casa, duas famílias, a das vítimas e a do irmão do acusado, passavam o fim de semana.

Barberena foi preso horas após o crime. Em um dos primeiros depoimentos prestados, ele confessou os homicídios. Depois mudou sua versão sobre os fatos alegando ter sido forçado por policiais a confessar a ação. Atualmente, o réu sustenta já ter se deparado com a esposa ensanguentada no dia da tragédia.

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