Justiça marca júri de 'Angelina Jolie' e comparsas, acusados de torturar e matar mulher no Ceará
A vítima foi sentenciada à morte pelo 'Tribunal do Crime' do Comando Vermelho

Uma das mulheres que já exerceu cargo de liderança dentro de facção criminosa no Ceará deve sentar no banco dos réus no próximo dia 13 de março, a partir das 8h30. Nesta data, está programado para acontecer o julgamento de Angelina Custódio da Silva, a 'Angelina Jolie' e outros comparsas dela.
Além de Angelina, também devem ser julgados: Francisco Anderson Gomes Braz, o 'Lobinho'; Victória da Silva Costa; Camila Souza Aguiar; Francisco Nailson Ferreira da Silva, o 'Pepeu'; e João Luiz Martins dos Santos.
Todos eles são acusados de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, tortura e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, lesão corporal e associação criminosa. O processo principal do caso tramita em segredo de Justiça.
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Juntos, de acordo com a acusação, torturaram e mataram Edna Soares Cordeiro. Segundo o Inquérito Policial da Delegacia Municipal de Cascavel, Edna foi sentenciada à morte por um "tribunal do crime" da facção Comando Vermelho (CV) após publicar fotografias nas redes sociais em que supostamente fazia alusão à organização Guardiões do Estado (GDE).
A irmã da vítima, uma adolescente grávida, também foi torturada, mas acabou sendo solta.
VÍTIMA FOI DEGOLADA
O crime aconteceu em Pacajus, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), em 2021. Consta no inquérito que a vítima foi chamada por supostos amigos para ir a uma residência em Pacajus e levou a irmã mais nova.
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No local, Edna começou a ser questionada por outras mulheres sobre as fotos em que fazia um sinal de "três" com os dedos. Um homem se aproximou com uma faca e obrigou a vítima a entregar o aparelho celular. Depois, outro suspeito surgiu com um revólver e ordenou que Edna falasse sobre a facção rival.
O proprietário do imóvel pediu para o grupo resolver os "BOs" (gíria para "problemas") fora de casa. Os criminosos, então, levaram Edna e a irmã, a pé, até um matagal, onde tinha um açude, na localidade de Pajeú. No local, 4 mulheres e 6 homens começaram a torturar as duas jovens, com golpes de cabo de pá nas costas. Também fizeram fotografias das mesmas e enviaram para comparsas decidirem o destino delas, em uma espécie de "tribunal do crime".
Edna teve a cabeça afogada no açude algumas vezes, sofreu golpes de faca na barriga e terminou sendo degolada.
O corpo foi deixado na água e encontrado no dia 9 de julho deste ano. Enquanto a irmã, que estava grávida, sofreu um sangramento vaginal, devido a violência sofrida, e foi levada pelos criminosos a uma unidade de saúde. Depois de ser atendida, a adolescente foi liberada pela facção carioca.