Investigados por torturar adolescente e integrar facção Comando Vermelho no Ceará são postos em liberdade
O MP se posicionou deferindo o relaxamento das prisões preventivas

A Justiça mandou soltar dois investigados por, supostamente, torturar um adolescente e integrar a facção criminosa carioca Comando Vermelho (CV). Gutemberg Alves Costa e Valdinesio Alves da Cruz agora passam a ser monitorados por tornozeleira eletrônica e estão proibidos de se aproximarem da vítima e de familiares dela.
As medidas cautelares diversas à prisão têm duração inicial de seis meses. O Poder Judiciário considerou excesso de prazo de formação da culpa na manutenção da prisão, já que após mais de três meses da captura, a dupla não foi denunciada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE). A reportagem não localizou as defesas dos suspeitos.
O próprio MP se posicionou deferindo o relaxamento das prisões preventivas: "objetivamente, temos mais de três meses de prisão sem que tenha sido possível ofertar denúncia, em processo que envolve apenas dois investigados e cujas provas não denotam maior complexidade, o que nos leva à conclusão inexorável que o prazo para denúncia se excedeu por mora da autoridade policial".
Os relaxamentos das prisões foram publicados no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) dessa quarta-feira (15). O processo principal do caso tramita em segredo de Justiça
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INVESTIGAÇÃO
De acordo com a investigação da Polícia Civil do Ceará (PCCE), "enquanto membros da organização criminosa "Comando Vermelho" – teriam participado de uma sessão de tortura...Para tanto, o delegado de Polícia Civil ouviu familiares da vítima, a vítima (adolescente) e procedeu a um auto de reconhecimento fotográfico, quando foi reconhecido um dos investigados".
A tortura teria sido registrada por vídeo. Nas imagens, aparecem, no mínimo, seis pessoas. "Ao fim, explicou o delegado de Polícia Civil que, durante as diligências policiais foram obtidos os nomes de parte dos criminosos que participaram do delito", dentre eles Gutemberg, Valdinesio e um adolescente.
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O Ministério Público destacou que "apesar de constarem inúmeras evidências que ligam os acusados à Orcrim CV, bem como à tortura praticada, faltam documentos assertivos que comprovem, sem dúvidas, a autoria do crime, uma vez que a materialidade já está clara".