Furto ao Banco Central estava programado para uma semana depois, afirma delegado

Criminosos fizeram furo equivocado e tiveram que chamar comparsas às pressas para realizar o crime

Escrito por Messias Borges / Melquíades Júnior / Emerson Rodrigues , seguranca@svm.com.br
Entre sexta-feira e sábado, a quadrilha entrou no caixa-forte do Banco Central e subtraiu R$ 164 milhões
Legenda: Entre sexta-feira e sábado, a quadrilha entrou no caixa-forte do Banco Central e subtraiu R$ 164 milhões
Foto: Tuno Vieira

O furto ao Banco Central em Fortaleza, ocorrido no dia 5 de agosto de 2005, estava programado pelos criminosos para uma semana depois. A afirmação foi feita pelo delegado da Polícia Federal (PF), Antônio Celso, responsável pela investigação, em entrevista ao Sistema Verdes Mares.

"Não era para ter ocorrido naquele dia. Deu uma 'zebra' entre eles. O furto estava sendo programado para uma semana depois. Iam ter mais tempo para levar mais dinheiro e fugir. Eles estavam preparando o fundo do caixa-forte para deixar uma fina camada, para romper só no dia que eles quisessem", conta o delegado.

Segundo Celso, "quando foi sexta-feira anterior à descoberta, eles deixando preparado, cometeram um erro e fizeram um furo no buraco. Isso, eles mesmo nos contaram. 'Vamos ter que fazer rápido. Se não, quando chegar segunda-feira, os caras vão ver esse buraquinho e pronto, já era'".

Veja também

Entre sexta-feira e sábado, a quadrilha entrou no caixa-forte do Banco Central e subtraiu R$ 164 milhões. Mas o crime foi descoberto pelas autoridades apenas na segunda-feira, na reabertura do Banco.

"Chamaram todo mundo às presas para, na própria sexta-feira, para sábado, começar. Sábado eles pararam, porque queriam ter o domingo para fugir. Tanto que pegamos as passagens compradas no domingo, pagas em dinheiro, e viajando para São Paulo", completa o investigador.

Investigadores identificaram rostos dos criminosos

Outro erro cometido pelo grupo criminoso, que ajudou na investigação policial, segundo o delegado Antônio Celso, foi o uso de documentos falsos, mas com as fotografias verdadeiras: "Em São Paulo, eles compram aquele kit pronto: identidade, CPF e carteira de habilitação (falsos). Mas a foto tem que ser a sua. Senão, cai em uma blitz e a foto não é a sua. O nome pode mudar".

"O que fizemos: como já tínhamos levado um delegado de São Paulo, encaminhamos aquelas fotos para ver quem reconhecia. Dois deles foram reconhecidos como assaltantes de banco. A gente levantou quem eram as quadrilhas em que eles estavam envolvidos e, a partir dali, a gente ja tinha a foto de quase todo mundo", completa.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados