Chefe do PCC acusado de mandar matar a ex-mulher e a mãe dela no Ceará é condenado à prisão

'Tranca' foi julgado por ser um líder de uma organização criminosa e por promover o tráfico de drogas no Interior do Ceará

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
Foto mostra movimentação em frente a imóvel onde duas mulheres foram assassinadas, no bairro Quintino Cunha, em Fortaleza.
Legenda: Duas mulheres foram mortas a tiros por homens que arrombaram e invadiram uma casa, no bairro Quintino Cunha, em Fortaleza, no dia 19 de fevereiro de 2013
Foto: VIVIANE PINHEIRO.

Um homem foi condenado à prisão, pela Justiça do Ceará, por ser um líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e por promover o tráfico de drogas, no Estado. Ele também é acusado de mandar matar a ex-companheira e a mãe dela, em outro processo criminal.

22 anos
e 9 meses de prisão foi a pena determinada pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas, contra Marcílio Alves Feitosa, o 'Tranca', na última quarta-feira (15).

O colegiado de juízes que atua na Vara concluiu que a investigação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) e a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) demonstraram provas que "embasam a condenação do acusado como líder da organização criminosa" e comprovam "a ascendência do réu sobre todo o entorpecente do tipo 'cocaína (pó)' negociado naquela região de domínio do PCC".

'Tranca' foi apontado pelo MPCE como um líder da facção PCC em Acopiara, no Interior do Ceará, e como responsável pela distribuição de cocaína no Município. Ele foi alvo da Operação Imperador, deflagrada pela Polícia Civil do Ceará contra a organização criminosa de origem paulista, em 2017.

Conforme as autoridades, Marcílio Feitosa é um aliado de Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho', um dos principais líderes do PCC no Brasil. 'Fuminho' foi apontado como o mandante dos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue' e Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca', no Ceará, em fevereiro de 2018, mas a Justiça decidiu não levá-lo a julgamento pelo duplo homicídio.

A defesa do acusado não foi localizada pela reportagem para comentar a condenação judicial e as acusações contra ele. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Ex-companheira e mãe dela assassinadas

Foi durante a investigação de um esquema milionário de venda de cocaína e maconha financiada por Marcílio Alves Feitosa que a Polícia descobriu o suposto envolvimento dele nos assassinatos da ex-companheira e da mãe dela.

As duas mulheres foram mortas a tiros por homens que arrombaram e invadiram uma casa, no bairro Quintino Cunha, em Fortaleza, no dia 19 de fevereiro de 2013.

Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça Estadual captaram conversas em que 'Tranca' teria ordenado que comparsas executassem as duas mulheres. O motivo do crime seria o fim do relacionamento amoroso entre o chefe do PCC e a vítima, que não era aceito pelo acusado.

A 1ª Vara do Júri de Fortaleza decidiu levar Marcílio Feitosa pelo duplo homicídio, em dezembro de 2022. Porém, o acusado recorreu da decisão. O recurso foi rejeitado. No último dia 12 de setembro, a Justiça considerou "trânsito em julgado" o recurso, o que permite a marcação de data para o julgamento.

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