Bens apreendidos com casal suspeito de lavagem de dinheiro no Ceará chegam a R$ 1,6 milhão
Organização criminosa teria 'lavado' até R$ 10 milhões em território cearense, a partir de empresas de fachada. No Acre, esse número pode chegar a R$ 100 milhões
Os bens apreendidos com um casal suspeito de lavagem de dinheiro no Ceará, alvo da Operação Boiúna, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco/CE) no último dia 1º de agosto, somam um valor de R$ 1,6 milhão. Entre os bens, estão veículos de luxo e motos aquáticas.
O casal foi alvo de cinco mandados de busca e apreensão, no Ceará e no Acre, por suspeita de integrar uma organização criminosa que teria "lavado" até R$ 10 milhões em território cearense, a partir de empresas de fachada. No outro Estado, esse número pode chegar a R$ 100 milhões.
A reportagem apurou que existe a suspeita de que o casal tenha relações com a facção criminosa Comando Vermelho (CV) e com o tráfico internacional de drogas. O homem já foi preso em flagrante com 700 kg de drogas, junto de outros dois suspeitos, no Rio Grande do Norte, em 2014.
Da deflagração da Operação até esta terça-feira (13), a Ficco conseguiu apreender oito veículos (de 34 pedidos de sequestros à Justiça do Ceará) e três motos aquáticas (também conhecidas como jet skis) dos suspeitos. O Poder Judiciário também decretou a quebra de sigilo fiscal e de dados financeiros de duas contas de pessoas físicas e três, de pessoas jurídicas. Ao total, os bens retidos somam R$ 1,6 milhão.
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Lavagem de dinheiro
A Polícia Federal (PF), que integra a Ficco, divulgou que os alvos da Operação Boiúna teriam formado um "complexo mecanismo de lavagem de dinheiro", usando empresas de fachada "para legalizar ativos provenientes do crime, além de recorrer a sucessivos refinanciamentos de veículos de alto valor como método de branqueamento de capitais".
"As investigações confirmaram que as empresas geridas pelo grupo não possuíam existência física no estado do Acre, e que os investigados não apresentaram lastro econômico compatível com as movimentações financeiras detectadas, nem com o padrão de vida ostentado", completou a PF.
O nome da Operação faz referência a uma lenda amazônica. Boiúna é apontada como uma cobra gigantesca, que vive no fundo dos rios, lagos e igarapés da Amazônia e que atrai pescadores com o seu corpo brilhante, para virarem alimentos.
A Ficco/CE é integrada pela Polícia Federal, Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), Polícia Militar do Ceará (PMCE), Polícia Civil do Ceará (PCCE), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (SAP).