Acusado de matar 'Gegê do Mangue' e 'Paca' é preso em São Paulo após confronto com a Polícia

Tiago Lourenço de Sá de Lima foi baleado de raspão na cabeça. Ainda não há informações se o acusado deve ser transferido ao Ceará

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
gege e paca
Legenda: Gegê e Paca foram assassinados em um atentado cinematográfico. A dupla liderava uma facção criminosa, e morreu durante emboscada com participação de membros da própria organização

Após mais de três anos na condição de foragido, Tiago Lourenço de Sá de Lima, conhecido como 'Tiririca' foi preso em São Paulo. O homem é um dos 10 acusados pelas mortes dos líderes de uma facção criminosa,  Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca'. Tiago foi capturado na noite dessa quarta-feira (18) após confronto com policiais.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, a prisão aconteceu no bairro Butantã, zona oeste da capital paulista. Tiago foi baleado de raspão na cabeça e socorrido ao Pronto Socorro da USP. Em seguida, foi encaminhado ao Hospital das Clínicas. Detalhes do seu estado de saúde não foram repassados.

Contra ele havia um mandado de prisão em aberto expedido pela 1ª Vara da Comarca de Aquiraz, município onde Gegê e Paca foram assassinados em fevereiro de 2018. O entorno da unidade hospitalar foi reforçado com policiamento ostensivo devido à possibilidade de membros da facção paulista tentarem resgatar Tiririca enquanto ele recebia os primeiros atendimentos.

"Após perseguição, na Avenida Vital Brasil, os policiais deram ordem de parada que foi desobedecida. Em um determinado momento, o foragido chegou a jogar o automóvel contra os policiais que chegaram a efetuar um disparo"

Tiago ainda teria apresentado aos policiais civis uma identidade falsa. A pasta informou que o caso foi registrado como resistência e, em seguida, direcionado ao 77º Distrito Policial. Ainda não há informações se o acusado será transferido ao Ceará. 

Duplo homicídio

Gegê e Paca foram mortos em uma reserva indígena, na cidade de Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza. A investigação da Polícia Civil do Ceará apontou que o crime foi ordenado dentro da própria facção, porque a dupla estaria lavando dinheiro no Estado.

Agora, dos 10 acusados de participar do ataque, três seguem foragidos: Erick Machado Santos, Renato Oliveira Mota e Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos. Maior parte dos presos por envolvimento nas mortes segue detido em presídio federal. Felipe Ramos Morais, que está na lista dos denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), foi posto em liberdade por decisão dos magistrados. 

Já neste ano de 2021, ainda quando estava em liberdade, Tiago chegou a pedir ao Judiciário cearense revogação da sua prisão preventiva. A defesa dele alegou que faltavam provas contra Lourenço: "Saliente-se que falta nos autos qualquer prova hábil para concluir ser o ora Requerente partícipe da empreitada criminosa em estudo, ou que faça parte de qualquer organização criminosa. Mais ainda, inexiste prova de que garantida sua liberdade apresente alto risco para a ordem e a sociedade em geral, tornando assim ilegal o decreto de prisão preventiva outrora exarado". A solicitação foi negada pelos juízes que atuam no caso.

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