Após confirmação de peste suína, 120 animais serão sacrificados no Interior do Ceará

Ao todo, 18 propriedades rurais foram notificadas e terão animais abatidos nesta sexta-feira (15)

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: A PSC foi detectada em uma propriedade de criação familiar. O abate dos animais é necessário para conter o foco da doença
Foto: Marcelino Júnior

Como medida sanitária de segurança para conter o foco de peste suína que foi identificado, no fim da semana passada, na cidade de Marco, Interior do Ceará, a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) determinou que animais de propriedades rurais vizinhas ao local onde o vírus foi confirmado fossem sacrificados. Ao todo, serão 120 suínos abatidos.

Conforme o gerente de gestão do meio agropecuário da Adagri, Jarier Oliveira, a decisão foi tomada após uma força-tarefa realizada na região."Montamos uma estratégia para identificar quais propriedades circunvizinhas têm vínculo com o local do foco, que já havia sido imediatamente interditada. Identificamos e notificamos 18 produtores", explicou.

Nestas propriedades, somam-se 116 suínos. Todos eles serão sacrificados e os donos serão indenizados. Além destes animais, oito já morreram por decorrência do vírus e outro quatro também serão sacrificados. Estes 12 estavam na propriedade onde o foco da doença foi confirmado após análise de sangue e amostra de tecido do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.

"Os animais serão sacrificados amanhã (15) e, assim, encerraremos o foco da doença", pontuou Jarier. O próximo passo, ainda segundo o gerente de gestão do meio agropecuário da Adagri, é expandir o raio de vigilância na localidade.

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"Cumprimos todas as etapas, que consistem em isolar o local do surgimento do foco, analisar e notificar propriedades rurais vizinhas, pesar os animais a serem sacrificados para que o dono seja indenizado e, por fim, sacrificar os suínos. Agora, vamos ampliar o raio de vigilância em 3 km", detalha Jarier.

Este trabalho terá início na próxima semana e, caso algum animal apresente sintomas, ele também deverá ser sacrificado. "Nosso objetivo é conter, de forma segura e eficaz, o foco da peste suína", conclui. 

Os animais serão eutanasiados, de forma indolor e assistida por um médico veterinário. Para cada suíno sacrificado, o produtor recebe uma indenização no valor de até R$ 5 por quilo de peso vivo. O abate só ocorre após a doença ser diagnosticada oficialmente.

Doença não é transmitida a humanos

Também conhecida como febre suína ou cólera dos porcos, a peste suína clássica (PSC) é uma doença causada por vírus, que tem como possíveis hospedeiros apenas porcos e javalis. Contudo, Jarier ressalta que a doença não representa riscos de saúde para humanos. 

"É uma doença que não passa para o ser humano. Mesmo que essa carne seja consumida, não há risco à saúde humana. Mas, como é questão de saúde pública, com mortalidade dos animais e prejuízo aos produtores, é um problema que deve ser contido", reforça o gerente da Adagri.

Foco da peste suína no Ceará

Os primeiros sintomas nos animais surgiram no último dia 8 de outubro. O proprietário acionou a Adagri que, por sua vez, enviou amostras ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Pedro Leopoldo. Quando o vírus foi confirmado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) comunicou o caso à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).  

A propriedade onde surgiu o foco tinha 16 animais. Oito deles morreram antes da chegada dos profissionais da Adagri. A propriedade mantém uma criação de subsistência, não há risco de contaminação com estabelecimentos comerciais ou de reprodução de porcos. O surgimento do foco está sendo investigado.

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