Na véspera do Dia de São José, sertanejo se veste de esperança por 'um bom inverno'

Enquanto o céu se ajeita para o ‘inverno’, homens e mulheres das quatro regiões do Ceará relatam a espera por chuva regular

Há muito de repente na vida, mas a chuva avisa quando vai chegar. Quem é do sertão, de ter o calcanhar rachado de pisar a terra batida, sabe quando ela vem. Os sinais no céu e na terra vão avisando os mais sabidos. Mas como ninguém sabe de tudo (quando muito, quase nada), a incerteza fica para a esperança. Porque não basta chegar chuva, tem que fazer morada vez em quando. Tem que “chover em São José”. Não no santo, no dia. Mas nem oito nem 80.

É no chove-seca-chove-seca que o plantio gera colheita. Esperança tem cheiro, cor e fé fértil, porque rebrota. Começa de criança com um ‘pai, posso tomar banho de chuva?’ e se mantém com o ‘Pai Nosso que estais no Céu, banhe essa terra seca pelo amor de Deus Pai’. Enquanto o céu se ajeita para o ‘inverno’, percorri em uma semana 11 cidades de quatro regiões do Estado. Escutar o sertanejo com uma mão no queixo e a outra no celular, nele fotografando e gravando para o documentário que acompanha esta reportagem.

Ô, de casa!

João Batista já começou a plantar nas primeiras “chuvinhas” de fevereiro, a “de molhar os bestas” e subir o mormaço. A terra ainda estava seca, mas jogou estrume pra segurar a pouca água que caísse. Ser agricultor é estar em eterna prontidão, pois o que cai em gotas não se desperdiça.”A gente não pode é perder a esperança”, diz, num misto de dúvida e fé que molda a casca dos resilientes.

O ex-padre abandonou a batina por um amor, mas não a fé, e diz que o solo já está sabido: começou a brotar feijão. É março, contudo, quem vai dizer se a planta cresce no povoado de São Domingos, em Sobral, no Norte cearense. É o “mês garantidor”, em que todas as experiências de fé convergem com a ciência no dia de São José, neste 19 de março. Tão importante que é feriado no Ceará. Mas como não há tédio no Sertão, outro santo chegou dias antes: São Francisco, na forma de rio, já escorre pelo Ceará, desde a transposição, fazendo o açude Castanhão voltar a tocar a própria parede e relembrar que é grande.

Com medo de levar uma pisa do pai, Zé Celso, também no sítio São Domingos, não disse que pegou um quarto da semente guardada e jogou no solo enquanto tomava banho de chuva no fim de um dezembro. O clima estava tão bom que correu pra pegar os caroços e jogar nas valinhas que acabava de fazer na enxada. Foi só em janeiro, com a carreira esverdeada crescendo no chão arroxeado que a verdade veio à tona.

— Meu ‘fio’ fez certo. Num vou dizer nada porque isso foi um aviso do céu, de Deus.

— E se não chover pra ‘vingar’?

— Quando meu fio planta no chão, não pode voltar atrás. O feito num tá por fazer. Tem que ter fé. Num tem ‘se’, tem ‘quando’.

Passados 20 anos, o agricultor pede a Deus e ao pai, que já se foi, um aviso pra quando plantar, sabendo que depois que semeia o resto é com a esperança.

“Mas não é esperar. Uns querem trabalhar, outros querem ganhar com a cara. Não tá certo isso. Todo mundo vai plantar, fazer seu roçadozinho. E tem que correr atrás. Fácil não vem. Tem que correr, procurar. De onde que vem? Do suor. Não é assim que a vida começa?”, diz a aposentada Liduína Andrade.

A essa altura já estamos numa roda sem círculo, em que qualquer pergunta da reportagem não tem um alvo, será respondida por quem escutar. E no entender da vizinha Liduína Andrade, ter fé é mover-se. Mas a preocupação é que no sítio São Domingos, onde mora, não tem emprego. A maior parte das 140 famílias vive do aposento e da informalidade. “Tem que ter emprego, emprego”. O açude da comunidade tem água, mas não tem peixe, então, o mesmo inverno que dá o milho dá ao bicho.

Um esclarecimento pouco necessário: o que popularmente se considera ‘inverno’ é, oficialmente, o verão, que, chuvoso e de menos sol, ganhou o outro nome.

Pois “o inverno, fé em Deus, que vai mandar. Mas ele vai primeiro planejar. É o plano dele, não é o meu, o seu, é o dele”. Gerarda Ferreira, outra aposentada que escuta a conversa e se junta numa cadeira de balanço, já emenda com uma visão: “o inverno vai começar. Aí, fica todo mundo animado, rezando, pedindo a Deus que dê um bom inverno, não venha com muita desastração. E devagarzinho, devagarzinho, quando cuida, tem o legume pra comer”.

— Emprego, o povo daqui precisa de emprego, intervém Liduína.

No meio da conversa chega uma ambulância da Prefeitura de Sobral para levar seu Raimundo Andrade, 73, para uma consulta de mostrar um caroço crescendo na pele, acima do coração, já do tamanho de um limão. Não sente nada, mas incomoda, que fica sangrando. Precisa andar direto com uma toalha debaixo do braço, barrando o fio vermelho que escorre até o umbigo. “Tô indo a segunda vez pra ver se resolvem”. Liduína emenda pra lembrar que se de ano em ano chove, a cada dois anos vem político, mas esperança que é bom, “só com a promessa divina”.

Como se não tivesse concluído o pensamento, Gerarda volta à conversa com sua visão: “tem gente que alcança ainda a produção do inverno do outro ano. Que ainda tá comendo o feijão do ano antes. Eu tenho um filho ali que plantou, deu muito legume. Ele engorda bicho pra comer. Mas até mês passado comeu feijão da safra dele. No dia que amanhece e não tem feijão na panela, pra mim não tem alegria nenhuma. Feijão foi a panela que Deus deixou pro pobre”.

A conversa estava boa, mas tive que levantar para seguir João Batista, o ex-padre citado no início do texto, para o terreno em que a comunidade cultiva legumes e frutas. Foi levando enxada e balde com sementes. O céu estava nublado, mas fazia muito calor.

Foram 50 metros de pedregulho até uma cerca de arame farpado com dois hectares de terra brocada, os tocos de raiz velha arrancados, deixando o solo pronto para novo germinar. Ao redor já é verde, porque Caatinga só precisa de um trisco d'água pra mudar de cor. Ao lado, um morro de pedras gigantes e arredondadas e escaladas por, pelo menos, uma dezena de bodes, que sobem e descem com destreza. De repente estavam todos no topo, como quem nos observa. Acima deles, uma nuvem “carregada”, escurecida de água. Não fiquei tempo suficiente para vê-la desabar ali ou em outro lugar. Por hora, só trovejava os chocalhos dos bodes.

Deu uma chuvinha na noite anterior, então “Joãozinho”, como é conhecido, cavou mais algumas valas e jogou feijão. Plantar ou não nas primeiras chuvas, a que muitos chamam “de molhar os bestas”, vai do entendimento de cada agricultor. João Batista diz que plantar logo ajuda a ‘acordar’ o solo.

“O inverno tá ficando bonito. Nós estamos com esperança de que seja bom. A vontade é que seja bom. Precisa confiar em Deus. Apesar das dificuldades que aparecem, a gente tem que enfrentar cada vez mais”, João Batista.

Em lugar que depende do céu molhar a terra, ter esperança é uma necessidade.

A ciência dos profetas

O Ceará é grande, pode chover muito numa parte e ter somente sol em outra. Entre sertão, serra e litoral, cada realidade é uma. É por isso que na lógica da fé e da observação dos astros e da natureza, a profetiza Lourdinha Leite arremata: “vai chover é muito, só não sei onde”. Mas será no Ceará.

Única mulher no famoso grupo dos Profetas da Chuva, em Quixadá (Sertão Central), Lourdinha herdou as observações “certeiras” do falecido pai, Chico Leite. Ensinada por ele há várias décadas, a idosa de 78 anos fez a experiência da pedra de sal no dia de Santa Luzia, em 13 de dezembro. Numa tábua de papelão com os nomes dos meses inscritos, vai colocando pedrinhas de sal. Às 18h, coloca no frechal da cozinha, logo embaixo do telhado. “No outro dia de manhã, eu tiro. Se tiver desmanchado todas as pedrinhas nos meses, é um invernão. Se tiver desmanchado umas e outras não, é um inverno irregular. Chove nuns cantos e noutros não”.

— E o que deu para este ano, pergunto.

— Fevereiro entregou março com chuva. Na experiência desmanchou todinho. Os ‘mais’ foram março, abril, maio e junho.

Quando seu pai fazia a experiência, e se desmanchavam os meses todinhos, dizia “minha filha, eu vou plantar, que vai chover agora em dezembro”. Os amigos, incrédulos, alertavam:

— Chico Leite, tu é doido? Vai plantar no seco?

— Vocês vão ver, vai chover, rapaz...

“Ele tinha legume primeiro que todo mundo”, ri-se Lourdinha, que pondera: “papai sempre dizia ‘ninguém pede chuva, pede um bom tempo. Manda, senhor, um bom tempo’. Mas não chuva, porque às vezes vem um castigo”.

E com a experiência da pedra de sal, a idosa foi para o XXV Encontro dos Profetas da Chuva, verdadeira atração turística em Quixadá, em 23 de janeiro deste ano. Quando chegou, já não gostou do que viu: uma multidão. Aglomeração em plena pandemia da Covid-19. O auditório cheio de vereadores de várias cidades, o prefeito de Quixadá e várias pessoas acompanhando. O encontro estava marcado para 7h30, já era 9h e nada de começar, embora os profetas estivessem todos ali.

— Mas não disseram que era encontro dos profetas? Já era pra ter começado. Joãozinho, eu vou pegar aquele microfone e falar.

— Não Lourdinha, deixe assim mesmo, vamos ter calma. Você é uma pessoa muito entendida, ele disse, como quem teme um desaforo, ainda que fosse necessário.

Esse outro ‘Joãozinho’ é João Soares, um dos fundadores do evento e que luta para manter essa sabedoria popular. Com o passar do tempo, e agora com a internet, o encontro dos profetas virou atração disputada pelos políticos do momento, que dá até gastura em Lourdinha. “Eu penso que encontro dos profetas é dos profetas. Não tem nada a ver negócio de politicagem, porque ali foi politicagem. Vereador de todo canto. Fizeram aglomeração na nossa frente, e nós profetas lá atrás. Eu gritei “aglomeração, não!”. A sorte deles foi o tamanho da paciência dela.

E os políticos se apresentando no microfone, com transmissão pelo YouTube. Deu 9h30, deu 10 horas, e já era 10h40 quando a palavra é dada a Lourdinha, que sempre faz a abertura da fala dos profetas. “Eu estava tão massacrada que nem sei se falei direito as minhas profecias, porque coisa ruim é esperar. Eu dizia pras meninas: não gosto de esperar nem por meu marido. Se ele demora eu arranjo outro”, e cai na risada. Viúva, não tem pressa de tomar o destino do saudoso esposo.

Do céu ao poço profundo

Seguindo os caminhos nublados, subo a Serra da Ibiapaba. Antes mesmo da estação chuvosa propriamente dita, a paisagem dava sinais de perder o desbotado, rumo ao verde. São sete cidades compondo a região montanhosa: Viçosa do Ceará, Ubajara, Ibiapina, Carnaubal, São Benedito, Guaraciaba do Norte e Tianguá. Nesta última, a Central de Abastecimento (Ceasa), às margens da BR 222, parece a de uma capital: caminhões com placas de vários estados entrando e saindo levando toneladas de frutas e hortaliças, principalmente. Abastecem mercados de Piauí, Ceará, Maranhão e até do Pará.

É assim no inverno e no verão, pois os poços profundos captam água do aquífero Serra Grande, que funciona como uma cisterna gigante debaixo da terra e prolonga o período de água até dois ou três invernos irregulares. Um bom período chuvoso, portanto, é garantia de poupança no cofre subterrâneo.

O agricultor Samuel Soares planta cheiro verde, coentro, brócolis e alface no sítio Cacimbas. Olha pra o céu nublado e faz o roçado em meio à neblina, mas já foi avisado “pelos mais antigos” que inverno vai ter, mas será “fraco” naquela região. “Quando chove, a água fica mais fácil, o poço profundo manda água mais rápido. Sem água ninguém produz, por isso um bom inverno vai ser importante pra toda a humanidade”. Pela vegetação e solo cumulativo de água, as serras beirando caatinga são oásis do sertão até em ano seco, nem por isso a chuva é menos desejada.

Os plantios margeiam as estradas carroçáveis e acompanham o inclinado da serra. Logo no início do dia, os caminhões passam com o carregamento se esgueirando nas árvores de beira. Na localidade de Veado Seco, o agricultor Luís Fernandes, de 73 anos, corta madeira para lenha. Com facão amolado, dá um golpe certeiro e vai juntando. Só passarinho e o ‘pim’ do tilintar da faca no galho cortam o silêncio no meio dos matos.

Irá amarrar na garupa da bicicleta e levar para o seu sítio. Ainda não começou a plantar de sequeiro, espera que chova mais. “Vai ter chuva, nem que seja ariado”, diz, tirando o chapéu e coçando a cabeça pensativo. O importante, segundo ele, é que se chover por dois meses já dá pra tirar todo tipo de legume.

O sertanejo já espera chuvas mal distribuídas. Isto lembra a profecia de Lourdinha, que disse “vai chover é muito, só não sei onde”. Ela foi adiante: “Funceme disse que vai ter chuva maneira, mas eu não acho. Eles estudam muito. Eu também estudei astrologia, estudei essas coisas na Escola Normal. Só sei que, a Deus querer, vamos ter um bom inverno”.

 

Os santos e o satélites que orbitam a Terra

Essa irregularidade na quadra chuvosa não chega a surpreender os agricultores, pois sempre tem um canto que chove mais que outro. “Só perde a esperança depois de São José”, diz seu Luís Fernandes. O ‘19 de março’, do Padroeiro do Ceará e das chuvas, é da experiência popular. Se chove no dia, é sinal de “bom inverno” para o sertanejo, ainda que os satélites que monitoram o clima e são acompanhados pela Funceme não concordem com a lógica.

Em seu site, a Fundação Cearense de Meteorologia diz que respeita a tradição religiosa e o significado das chuvas no dia do padroeiro e esclarece que “do ponto de vista científico, não há correlação entre a ocorrência de precipitações no dia 19 de março com a qualidade da quadra chuvosa”. E para isto cita dois exemplos:

  1.  “Em 2012, no dia de São José, choveu em 110 municípios cearenses. Entretanto, a quadra chuvosa foi bastante seca, com somente 302,5mm acumulados nos quatro meses (fevereiro a maio), enquanto a média é de 607,4mm”.
  2. “Em 2009, no dia 19 de março, houve precipitações em 54 municípios, mas o acumulado da estação de chuvas ficou bastante acima da média, com 977,1mm”.

 

O dia de São José, conforme os cientistas, coincide com o período do equinócio, quando o Sol corta o equador celeste e faz dias e noites iguais, também mudando a estação no Hemisfério Sul e favorecendo a atuação da Zona de Convergência Intertropical, responsável pelo período chuvoso. Diante do palavreado esquisito, para o sertanejo, é mais fácil ficar com a fé, mais velha que a ciência. Quando os satélites trouxeram a “resposta”, o santo já dizia.

E sendo mais velha que a ciência, a fé não se traduz, e a interpretação cristã, seja católica ou evangélica, não tem satélite que substitua.

O santo é quem orbita. Este, pelo menos, é um quase negacionismo científico que, ao contrário de outros, não faz um mal a quem mistura crença com querença, fé e vontade. O mais, conforme a vaqueira e aboiadora Dina Martins, é “cobrar das autoridades”. Figura ilustre nos sertões de Canindé, Dina já cantou no palco com Luiz Gonzaga, com quem já improvisou uma toada. Hoje, o canto é para os santos e foi registrado no WebDoc desta reportagem.

 

Não perder a esperança

Se basta um pingado para o Sertão mudar de cor, fevereiro quase terminava sem ter visto água caindo na fazenda Onça, localidade no município de Quixeramobim, no Sertão Central. Tem a cara do sertão sem água: umbuzeiro cinza, juazeiro sem folhagem, cacto murcho, um horizonte esbranquiçado (caatinga é do tupi “mata branca”) e chão alaranjado. Nem parecia o Ceará em que as primeiras águas esverdearam o pasto seco onde o gado já morreu de fome.

Mas o céu já não era tão azul. No quente e abafado, as nuvens faziam seu véu. E para surpresa, ou esperança, havia fartura: um tanque com dois mil litros de leite na sombra de uma pequena casa. Trinta passos dali, um curral com cinco porcos gordos, 27 cabras e quatro vacas. Com cuidado, um menino despeja milho no moedor. Do outro lado sai o pó, a silagem, para alimentar os bichos e fortalecer a produção de leite.

O pai e dono do lugar é Antônio Firmino, só conhecido por ‘Caju’, do tempo em que roubava a fruta no pé dos outros. Ele até planta, mas principalmente ordenha. A produção de leite é o forte em Quixeramobim. É o verdadeiro ouro branco, em lugar do que um dia foi o algodão. Depende da água tanto quanto o plantio, por isso o criador olha para o céu como quem estuda.

“Seca não vamos ter. A gente vai ter inverno. Pelo jeito do tempo, quando é seca não tem essas carregação. Fizemos umas experiências, não deu muito boa, mas também não deu pra seca não, pode ter certeza”, diz Antônio Firmino.

A sensação ao ouvi-lo, comum a outros, é que a esperança botou a dúvida no cabresto, dando limite e rédea.

Se demora muito a ter água, o produtor apela para o mandacaru, para alimentar o gado. Quando viu que passou por “seca braba” e livrou até a criação, entendeu estar preparado pra tudo, sem perder a esperança. Mas tem um porém: “tem que fazer sua parte. Destocar a terra, preparar a terra. E Deus faz o resto. Às vezes a gente se maldiz, mas serve até de aprendizado. Aprende com aquilo, com a falta de chuva, com a seca. A gente se estrutura na seca. Se por acaso o inverno não é tão favorável, se agarra na palma forrageira, faz silagem, estoca semente, pra ter alguma coisa pra alimentar os bichos e a gente também. Não perde a esperança. Se perder, está morto”. De tanto viver, Cajú chegou a uma conclusão: “só não tem pra quem não luta”. Como se a pior seca é a de esperança.

O mês de fevereiro encerrou com chuva dentro da média histórica no Ceará. As poucas precipitações na primeira quinzena do mês foram compensadas nas semanas seguintes. Foi o melhor fevereiro desde 2014, com 24,6% de acúmulo nos açudes. Dois reservatórios sangraram. E o sertão na fazenda Onça, em Quixeramobim, já mudou de cor. Escorreu água no rio Jaguaribe que lavou a barragem do Cabeça Preta, em Limoeiro do Norte, para deleite de uma família se banhando eufórica com roupa de ir à feira. Foi lá que os irmãos violeiros Aldeci e Aldeni Bessa improvisaram uma ‘cantoria para a chuva’, registrada em nosso webdoc.

Pré-19

A primeira quinzena de março, porém, rendeu 40% das chuvas esperadas para todo o mês. Foram 82 milímetros em precipitações até o dia 15 último. Para ficar na média, será necessário chover, até o fim do mês, um total de 230 milímetros. A vontade é que, num esforço conjunto, São José, no dia 19, e a Zona de Convergência Intertropical atuem para dar água de plantar e colher. E no sertão assustado com a pandemia, se chegar vacina para todos contra a Covid o “bom inverno” estará completo. Esperança não falta.