Wagner elogia gestão de Evandro em Fortaleza e espera que Governo Lula 'se comunique melhor'
O ex-deputado federal e secretário de Finanças de Pacajus concedeu entrevista à Verdinha FM 92,5 e à TV Diário

O ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), atual secretário de Administração e Finanças de Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza, elogiou o início da gestão de Evandro Leitão (PT) à frente da Prefeitura de Fortaleza e quer que o exemplo do petista seja "copiado" por outros gestores. Os dois disputaram o cargo no ano passado.
"O prefeito Evandro Leitão tomou algumas medidas bem adequadas ao momento político e econômico, quando reduz custos ao município. [...] Se eleito prefeito fosse, teria tomado atitudes parecidas também, no sentido de reduzir custos da máquina, para que possa se priorizar o que, de fato, importa, que é o atendimento ao público", declarou Wagner nesta segunda-feira (20), em entrevista ao programa "Bom Dia, Nordeste" na rádio Verdinha FM 92,5 e na TV Diário, do Sistema Verdes Mares.
Um dos principais nomes de oposição ao Governo, o secretário disse esperar que o exemplo de Leitão "seja copiado por outros gestores do Brasil todo", especialmente diante da perspectiva de que a economia brasileira continue sendo afetada por decisões políticas e "má comunicação" governamental.
Cada fala do presidente da República [Luiz Inácio Lula da Silva] que é vista pelo mercado de maneira inadequada, o dólar aumenta, o euro aumenta, e as pessoas, às vezes, não entendem o impacto que causa um aumento do dólar no nosso dia a dia. Tudo o que a gente compra, praticamente, hoje, vem de fora. Então, se o dólar aumenta, naturalmente, os preços também vão aumentar. Daí a inflação ter uma perspectiva de aumento nos próximos meses. A gente espera que o Governo Federal tenha responsabilidade em relação às suas falas, está aí o Governo trocando seu ministro das Comunicações para ver se alinha melhor essa questão de como tem se expressado, e a gente espera que acerte".
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Sobre o aumento do dólar, ainda, e dentro de um contexto de desinformação inflamado por redes sociais — em referência ao caso mais recente, que envolveu o compartilhamento de notícias falsas relacionadas ao monitoramento das transferências via PIX —, Wagner reforçou que espera que o Governo Federal tenha "muito cuidado com o que fala" e que aprenda a se "comunicar melhor".
Nesse sentido, o ex-deputado voltou a exaltar seu adversário em Fortaleza. "De novo tenho que puxar para o Evandro Leitão, que está se comunicando muito bem, está na rua, e ele está fazendo isso não à toa, porque o gestor anterior [José Sarto, PDT] era visto como uma pessoa que tinha desaparecido, que tinha ficado sumida, e ele [Leitão] está trabalhando um contraponto disso. Que o Governo Federal perceba suas falhas também e possa corrigir", afirmou Wagner.
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Perspectivas em nível estadual
Para o secretário, "diferentemente de Evandro [Leitão]", o governador Elmano de Freitas (PT) "ainda não tem um Governo com a sua cara". "A gente pensou que, com a reforma que ele ia fazer agora, ele ia colocar os seus, mas, quando o Chaguinha [Chagas Vieira] vai para a Casa Civil, é uma demonstração de mais gerência ainda do Camilo [Santana, ministro da Educação], porque ele foi chefe da Casa Civil do Camilo", disparou.
Wagner também aproveitou a entrevista para criticar a política de segurança estadual e estendeu a análise para o Governo Lula. "A gente vê no começo de 2025 policial sendo morto, baleado, ameaçado, o Estado sendo ameaçado por criminosos e o governador ainda não disse a que veio", enfatizou. Depois, usou exemplos de cidades no Rio de Janeiro e em Goiás para pontuar que outras federações têm encontrado soluções para o problema, e que essas ações deveriam ser incorporadas por outras gestões.
"Importante que haja, por parte do Governo Federal, humildade de escutar quem está fazendo e acertando", observou o ex-deputado federal.
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'Meu projeto pessoal vai ficar em segundo plano', disse Wagner sobre eleições
Questionado sobre perspectivas para as eleições de 2026, Wagner, que é presidente do União Brasil no Ceará, defende chapa única da oposição para a disputa pelo Governo do Estado e afirmou que está "à disposição do grupo político", mas seus interesses pessoais ficarão em segundo plano desta vez.
"Não vou impor meu nome em nenhuma condição. [...] Meu projeto pessoal vai ficar em segundo plano", garantiu ele.
Passagem pela Prefeitura de Pacajus
Atualmente, Wagner é secretário de Finanças em Pacajus, mas não sabe se deve permanecer no cargo por muito tempo. "Quero ajudar, independentemente de estar na secretaria ou não", disse.
Isso porque, segundo ele, o diretório nacional do partido o convidou para participar de "ações nacionais". "Talvez, em Brasília, eu ajude mais o município do que aqui", acredita.