Legislativo Judiciário Executivo

Políticos repercutem assassinato de tesoureiro do PT; veja declarações

Petista foi morto em sua própria festa de aniversário por um agente penal que, segundo informações do Boletim de Ocorrência, chegou aos gritos de "Aqui é Bolsonaro"

Escrito por Redação ,
Marcelo Arruda com o fardamento da guarda municipal.
Legenda: Marcelo Arruda era guarda municipal há 28 anos e tesoureiro do PT.
Foto: Arquivo pessoal

O assassinato de Marcelo Aloizio de Arruda, 50, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), na madrugada deste domingo (10), tem repercutido entre figuras públicas, que caracterizam o crime como "intolerância política". Arruda foi morto em sua própria festa de aniversário pelo policial penal Jorge da Rocha Guaranho.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado em Foz do Iguaçu, no Paraná, onde aconteceu o assassinato, Guaranho chegou à festa de Arruda gritando "Aqui é Bolsonaro". Depois disso, ele baleou o aniversariante, que era guarda municipal há 28 anos, e recebeu dele outros tiros que o feriram, mas não o mataram.

O próprio secretário da Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Jhanke, já afirmou que os indícios são de que o crime foi motivado por "intolerância política".

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Nas redes sociais, representantes do PT se pronunciaram a respeito da tragédia. Presidenciáveis e outras figuras públicas também lamentaram o ocorrido. Veja repercussão.

Pré-candidatos à presidência

Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato a presidente pelo PT

"Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha.

Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda.

Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável.

Pelos relatos que tenho, Guaranho não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz".

Ciro Gomes, pré-candidato a presidente pelo PDT

"É triste, muito triste, a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas.

Que Deus, na sua misericórdia, interceda em favor de nós brasileiros, pacificando nossas almas, e traga conforto às duas famílias destruídas nesta guerra absurda, sem sentido e sem propósito".

André Janones, pré-candidato a presidente pelo Avante

"O debate ideológico sem qualquer base racional leva à tragédia que vamos lamentar profundamente. Ninguém vai conseguir explicar essa paixão que leva um ser humano odiar o outro por convicções políticas diferentes. Hoje nós vamos lamentar, desejar condolências às famílias.

Mas e amanhã? Amanhã nós vamos esquecer como esquecemos o Genivaldo assassinado brutalmente em uma viatura? Aplaudir e agradecer agressores durante discursos em cima de palanques, como feito ontem? Nós vamos nos chocar só com o agora? Não vamos mudar essa mentalidade?

Nós vamos esperar que a tragédia, a barbárie chegue dentro das nossas casa pra combatê-la? Essa idiotização (que muitos chamam de polarização) não pode prevalecer. O Brasil precisa cuidar dos seus problemas reais, não criar novos".

Representantes do PT

Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente nacional do PT

"Hoje era para dar parabéns ao Marcelo, mas estamos aqui lamentando sua morte. Vou lhe dar o último adeus, companheiro, com a certeza de que sua luta está entre nós. Estará sempre presente na nossa caminhada e em nossos corações. Solidariedade aos familiares e amigos".

José Guimarães, deputado federal do Ceará e vice-presidente nacional do PT

"Nossa solidariedade à família e amigos do companheiro Marcelo Arruda, que estava comemorando seu aniversário de 50 anos e foi covardemente ASSASSINADO POR UM BOLSONARISTA. Esse é o reflexo da política de ódio incentivada por Bolsonaro e seu clã. REVOLTANTE! BASTA DE VIOLÊNCIA!".

Luizianne Lins, deputada federal do Ceará pelo PT

"Bolsonarismo tira a vida do militante petista em Foz do Iguaçu/PR, Marcelo Arruda. Um policial bolsonarista Jorge Garanho invadiu a festa de aniversário de Marcelo e o assassinou a tiros. Esse ódio tem que acabar. Solidariedade aos familiares e amigos/as".

Políticos de projeção nacional

Randolfe Rodrigues, senador pelo Rede Sustentabilidade

"A intolerância mata, acaba com famílias e faz o ódio vencer. Marcelo Arruda tinha 50 anos, deixou esposa e 4 filhos, entre eles um bebê de 1 mês. Essa intolerância que nos tirou duas vidas, na madrugada deste triste domingo, infelizmente se reforçou no Brasil nos últimos anos.

O povo sendo estimulado e manipulado pelo discurso sombrio do presidente, que prefere o sangue derramado ao diálogo. O nosso país não merece isso! O povo brasileiro tem direito à democracia, a um Estado sem ódio e uma vida sem violência! Vamos lutar pela paz e pelo amor SEMPRE!".

Jandira Feghali, deputada federal pelo PCdoB

"O ódio dessa gente, o fascismo, não suporta quem pensa diferente. É preciso arrancar esse pensamento do comando do país. Que horror! É preciso punir este assassino e todos os responsáveis pelos outros atentados. Solidariedade à familia do Marcelo".

Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça

"Precisamos repudiar toda e qualquer violência com motivação política ou eleitoral. O Brasil não precisa disso".

Lideranças do Ceará 

Izolda Cela, governadora do Ceará pelo PDT

"Inaceitável o caso de violência ocorrido em Foz do Iguaçu motivado pelo ódio e pela intolerância política. É preciso mais respeito e diálogo. Nosso País precisa de paz" 

Camilo Santana, ex-governador do Ceará pelo PT

"O caso de extrema violência ocorrido em Foz do Iguaçu traz um alerta sobre o clima de ódio que tem se instalado no País por conta da disputa política. Isso é inaceitável! Chega de intolerância! É preciso aceitar as diferenças e respeitar a democracia. Somos um só Brasil"

 

 

 

 

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