No próprio aniversário, tesoureiro do PT é assassinado em Foz do Iguaçu
A vítima foi baleada por um policial penal federal que entrou na comemoração e atirou. O servidor reagiu e também baleou o atirador
O guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Aloizio de Arruda, foi assassinado na madrugada deste domingo (10) enquanto celebrava seu aniversário em Foz do Iguaçu, cidade no oeste do Paraná. O agente tinha 50 anos e foi baleado em sua própria festa que tinha como tema o PT.
O servidor foi levado ao Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos. Ele deixa esposa e quatro filhos.
Na ocorrência, Marcelo chegou a balear o autor dos disparos após ter sido atingido. Testemunhas dizem que o atirador não era conhecido dos participantes da festa.
A Polícia Civil informou que o homem que atirou contra Marcelo é o policial Penal Federal Jorge José da Rocha Guaranho, que foi encaminhado ao hospital — até a manhã deste domingo (10), a informação dada pela Polícia era de que Guaranho também tinha morrido. Contudo, em entrevista coletiva à tarde, a corporação informou que o suspeito foi encaminhado ao hospital e está "estável". A Delegacia de Homicídios de Foz do Iguaçu está apurando o caso.
Segundo o G1, o secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Jahnke, lamentou a morte e afirmou que a Polícia Civil investigará as motivações do crime. De acordo com ele, há suspeitas de intolerância política.
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Guarda municipal há 28 anos
A Prefeitura de Foz do Iguaçu, em nota, disse expressar “o mais profundo pesar pelo falecimento do guarda municipal”. O servidor público era da primeira turma da Guarda Municipal e estava na corporação há 28 anos.
Marcelo também pertencia ao Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi).
"Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e comprometimento com o Município, o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais", expressou o prefeito Chico Brasileiro.
"Desejamos à família, aos amigos e colegas de Marcelo força neste momento de dor", complementou. O velório do servidor será neste domingo no Cemitério Municipal Jardim São Paulo, em horário ainda a definir.
Lula e PT lamentam ocorrência
Em nota, o PT lamentou a ocorrência e a classificou Marcelo como "uma vítima da intolerância, do ódio e da violência política". O partido diz que em plena celebração de seu aniversário, Marcelo foi assassinado "por um bolsonarista que, pouco antes, havia interrompido a festa e ameaçado de armas na mão a todos os presentes".
Marcelo já foi candidato do PT a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020.
Conforme a nota, "nas últimas imagens de sua vida, gravadas no momento em que cantavam o parabéns, registram sua alegria de viver, seu entusiasmo com a militância, seu compromisso de vida com o PT e o presidente Lula".
O partido reforça que "Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade".
O ex-presidente Lula, no Twitter, também manifestou solidariedade aos familiares de Marcelo. Lula disse que "Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior".
Lula reforçou que "precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz".
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também se manifestou sobre o caso. No Twitter falou que a tragédia é "fruto da intolerância dessa turma (bolsonaristas)".