Polícia Federal não abriu investigação sobre irregularidades na compra da Covaxin
Deputado afirma ter alertado Jair Bolsonaro sobre corrupção na negociação e, segundo ele, o presidente teria prometido acionar a PF
A Polícia Federal não encontrou registro de nenhum inquérito aberto sobre a compra da vacina Covaxin. Segundo o deputado Luís Miranda (DEM-DF), ele alertou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em março, sobre indícios de irregularidade na negociação do imunizante e o gestor teria prometido acionar a PF para investigar o caso.
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As suspeitas envolvendo a compra da vacina indiana atingiram o Palácio do Planalto, com o relato de Miranda, e viraram uma nova linha de investigação na CPI da Covid. A existência de denúncias de irregularidades foi revelada pela Folha de S.Paulo na sexta-feira passada (18), com a divulgação do depoimento de Luís Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, e irmão do deputado.
Ao Ministério Público Federal (MPF), em Brasília, o servidor relatou que recebeu uma "pressão atípica" para agilizar a liberação da Covaxin, desenvolvida pelo laboratório Bharat Biotech.
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No início, a apuração ocorria no curso de um inquérito civil público aberto pela Procuradoria da República no Distrito Federal. Depois, o caso foi desmembrado, diante dos indícios de crimes na contratação.
Tanto Luís Miranda quanto o irmão, Luís Roberto, foram convocados pela comissão do Senado Federal para participar de oitiva.
O fato de o governo de Jair Bolsonaro ter reservado R$ 1,61 bilhão para uma vacina sem perspectiva de entrega, com quebras de cláusulas contratuais, já se configura um prejuízo à saúde pública, segundo declaração à Folha de S.Paulo da procuradora da República Luciana Loureiro, responsável pelo inquérito civil.
O preço unitário da dose foi fechado em US$ 15, quando, seis meses antes, havia sido estimado em US$ 1,34. O valor é o mais alto dentre todas as vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde. A pasta afirma que só fará o pagamento quando receber os lotes.