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Novo presidente da Enel Ceará ainda não se reuniu com Elmano: 'Estou solicitando uma agenda'

José Nunes de Almeida Neto assumiu a presidência da distribuidora de energia elétrica do Ceará no início de abril

Escrito por Luana Barros, Bruna Damasceno ,
José Nunes de Almeida Neto
Legenda: José Nunes de Almeida Neto assumiu a presidência da Enel Ceará no início do mês de abril
Foto: Thiago Gadelha

Novo presidente da Enel Ceará, José Nunes de Almeida Neto, informou ao Diário do Nordeste que solicitou uma reunião com o governador Elmano de Freitas (PT), mas ainda não teve o pedido atendido. "Eu estou pedindo, solicitando uma agenda com o governador e em breve deverei estar com ele", disse. A declaração foi dada em entrevista nesta quinta-feira (25).

Nunes explicou que encontrou com o governador diversas vezes, mas ainda não esteve com ele desde que assumiu o comando da Enel Ceará. Ele chegou ao cargo no último dia 4 de abril. "Já estive com o governador várias vezes, 6 vezes. Mas não estive ainda... Porque foram nesses últimos dias (que assumi a presidência da Enel Ceará). Depois que eu estou como presidente, eu ainda não estive", informou. 

O Diário do Nordeste entrou em contato com o Governo do Ceará para saber se houve a solicitação de reunião feita pelo presidente da Enel Ceará. E, caso sim, a razão pela qual ainda não foi agendado encontro entre os dois. No entanto, não houve retorno.  

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Desde 2022, a empresa vem sendo investigada por órgãos de Defesa do Consumidor e pela Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) devido a falhas na prestação de serviço no estado. 

Neste mês, o governador Elmano de Freitas articulou duas reuniões com o ministro de Minas e Energia do Governo Lula (PT), Alexandre Silveira, para cobrar medidas em relação aos serviços da distribuidora de energia elétrica no estado. Em um dos encontros, no dia 17 de abril, também compareceram deputados estaduais que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Enel Ceará. 

Eles entregaram dossiê a Silveira e prometeram antecipar o relatório final da CPI da Enel para o início de maio. A intenção é que o documento ajude a subsidiar o governo federal na construção de uma nova legislação para as concessionárias de energia elétrica.

José Nunes informou que não foi convidado a participar da primeira reunião entre o governador Elmano e o ministro Alexandre Silveira, no último dia 11 de abril. "Então, eu não vou comentar sobre essa reunião. Não tenho dados, eu não estive na reunião", explicou. 

CPI da Enel

Com menos de um mês na presidência da Enel Ceará, Nunes compareceu, nesta quarta-feira (24), à oitiva na CPI da Enel. Na ocasião, ele tinha um habeas corpus preventivo que lhe garantiu o direito ao silêncio e a não ser compelido a responder qualquer pergunta de caráter sigiloso de terceiros ou da empresa, por exemplo.

O executivo, no entanto, respondeu a todas as perguntas. A reunião durou cerca de cinco horas, tempo em que deputados estaduais puderam questionar o presidente a respeito da atuação da empresa no Ceará. Em entrevista ao Diário do Nordeste, ele disse que a oitiva transcorreu conforme "o esperado".

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"Os deputados estavam bastante críticos. Mas eu diria que também com nível elevado de educação e até de deferência. Me senti à vontade para falar de vários temas. Também como nós levamos algumas propostas robustas para o enfrentamento desse momento, acho que ajudou bastante", explicou.

A respeito do habeas corpus, ele disse que é uma prática indicada pelo setor jurídico da Enel a todos os gestores da companhia quando convocados para oitivas em CPI — seja no Ceará ou em outras localidades. "Faz parte do rito da empresa", reforça. A Enel Ceará também foi alvo de CPI na Assembleia Legislativa de São Paulo.

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